ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
23-8-2010.
Aos vinte e três dias do mês de agosto do ano de
dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Aldacir José Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Fernanda
Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, Maria Celeste,
Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho
Rubem Berta e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro
Comassetto, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz,
Mario Manfro, Mauro Zacher, Paulo Marques, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. À MESA, foi encaminhado, pelo
vereador Carlos Todeschini, o Projeto de Lei do Legislativo nº 148/10 (Processo
nº 3067/10). Também, foram apregoados os Ofícios nos 798, 799 e
800/10, do senhor Prefeito, encaminhando, respectivamente, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 007/10 e os Projetos de Lei do Executivo nos
027 e 028/10 (Processos nos 3181, 3204 e 3205/10, respectivamente).
Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 744911, 753276, 756488,
758191, 764752 e 831533/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão,
deixaram de ser votadas as Atas da Sexagésima Oitava e Sexagésima Nona Sessões
Ordinárias. Após, por solicitação da vereadora Fernanda Melchionna, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Paulo Otacílio
de Souza, conhecido como Paulo Lumumba, falecido no dia vinte e um de agosto do
corrente. A
seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo vereador Aldacir José Oliboni, solicitando
alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do quinquagésimo
aniversário do Colégio São José de Murialdo, nos termos do Requerimento nº
039/10 (Processo nº 1991/10), de autoria do vereador Aldacir José Oliboni.
Compuseram a Mesa: o vereador Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre; o padre Geraldo Boniatti, Diretor do Colégio São José de
Murialdo; o arcebispo dom Dadeus Grings, Arcebispo da Arquidiocese
Metropolitana de Porto Alegre; e o padre Raimundo Pauletti, Provincial do
Instituto Leonardo Murialdo. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o vereador Aldacir
José Oliboni, como proponente. Na oportunidade, o senhor Presidente convidou o
vereador Aldacir José Oliboni para proceder à entrega, ao padre Geraldo
Boniatti, de placa alusiva à presente solenidade. A seguir, o senhor Presidente
concedeu a palavra ao padre Geraldo Boniatti, que agradeceu a homenagem prestada
por este Legislativo ao Colégio São José de Murialdo. Na ocasião, foram
registradas as presenças dos senhores José Francisco Lemos,
Andressa Duarte e Ivanor Félix Reginatto e da Irmã Inês Piassol,
respectivamente Presidente do Círculo de Pais e Mestres e Presidenta do Grêmio
Estudantil do Colégio São José de Murialdo, representante da diretoria do
Colégio Anchieta e Vice-Diretora da Escola Nossa Senhora do Brasil, bem como de
professores, alunos e funcionários do Colégio São José de Murialdo. Às quatorze horas e
cinquenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e cinquenta e cinco minutos, constatada a existência
de quórum. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Paulo Marques,
Tarciso Flecha Negra, este em tempo cedido pela vereadora Juliana Brizola,
Maria Celeste, Mario Manfro e Mauro Pinheiro. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna, em tempo cedido pelo vereador
Pedro Ruas, e o vereador Idenir Cecchim, em tempo cedido pelo vereador Reginaldo
Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro
Comassetto, Nilo Santos, Luiz Braz, Aldacir José Oliboni, este pela oposição,
João Antonio Dib e Dr. Thiago Duarte. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª
Sessão, estiveram o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/10, discutido pelo
vereador João Antonio Dib, os Projetos de Lei do Legislativo nos
144, 145, 146 e 147/10, discutidos pelo vereador João Carlos Nedel, e o Projeto
de Lei do Executivo nº 026/10, discutido pelos vereadores João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Aldacir José Oliboni, Dr. Raul e Reginaldo Pujol. Às dezesseis
horas e quarenta e oito minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Mario Manfro e Toni
Proença e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu,
Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata,
que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, em nome do Ver. Pedro Ruas e em meu
nome, gostaria de solicitar um minuto de silêncio em homenagem a Paulo Lumumba,
falecido dia 21 de agosto; além de grande símbolo do Grêmio, ele também foi
ex-Vereador desta Casa. Solicito um minuto de silêncio e as devidas homenagens
póstumas de estilo, como a bandeira a meio mastro e tantas outras que a Casa
sempre realiza quando do falecimento de um ex-Vereador. Obrigada.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Verª Fernanda Melchionna. Está deferido o
pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Solicito ao 1º Secretário da Mesa Diretora, Ver.
Bernardino Vendruscolo, que proceda à leitura das proposições apresentadas à
Mesa.
O SR. 1º SECRETÁRIO (Bernardino Vendruscolo): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo.
Hoje faremos uma homenagem especial aos cinquenta
anos do Colégio São José do Murialdo.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI (Requerimento): Nobre Presidente, solicito a inversão da ordem dos
trabalhos a fim de entrarmos, de imediato, no período de Comunicações e
fazermos a homenagem; depois, seguimos com o Grande Expediente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Sim, Vereador, já estávamos fazendo de ofício, uma
vez que os homenageados estão presentes.
Passamos às
Hoje este período é
destinado a assinalar o transcurso do 50º aniversário do Colégio São José do
Murialdo, nos termos do Requerimento nº 039/10, de autoria do Ver. Aldacir José
Oliboni, Processo nº 1.991/10. Convidamos para compor a Mesa o Padre
Geraldo Boniatti, Diretor do Colégio São José do Murialdo; V. Exª Revma
Dom Dadeus Grings, Arcebispo da Arquidiocese Metropolitana de Porto Alegre; o
Padre Raimundo Pauletti, Provincial do Instituto Leonardo Murialdo. Prestigiam
esta homenagem o Sr. José Francisco Lemos, Presidente do Círculo de Pais e
Mestres do Colégio São José do Murialdo; a Srª Andressa Duarte, Presidente do
Grêmio Estudantil do Colégio; o Professor Ivanor Félix Reginatto, representante
da Diretoria do Colégio Anchieta; a Irmã Inês Piassol, Vice-Diretora da Escola
Nossa Senhora do Brasil; professores, alunos e funcionários do Colégio São José
do Murialdo.
O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra,
como proponente desta homenagem, em Comunicações.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, ao saudá-lo,
saúdo também o Padre Geraldo Boniatti, Diretor do Colégio São José do Murialdo;
V. Exª Revma Dom Dadeus Grings, Arcebispo da Arquidiocese
Metropolitana; o Padre Raimundo Pauletti, Provincial do Instituto Leonardo
Murialdo; todos os professores, alunos, estudantes que estão aqui prestigiando
momento tão importante, uma homenagem aos cinquenta anos de vida do Colégio São
José do Murialdo aqui em Porto Alegre.
Queria, inicialmente, fazer
algumas considerações, até porque acho de extrema importância este momento de
homenagem, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. A Congregação de São
José foi fundada por São Leonardo Murialdo no dia 19 de março de 1873, em
Turim, na Itália, e veio ao Brasil em 1915. Em 1929, o Instituto São Leonardo
Murialdo estabeleceu-se em Caxias do Sul e, em 1954, em Porto Alegre. Somente
em 1960 é que foi fundado o Colégio São José do Murialdo, aqui no bairro
Partenon, em Porto Alegre. Queremos lembrar que em 1960, quando se iniciaram as
atividades aqui do Colégio Murialdo, se iniciou também a Via-Sacra no Morro da
Cruz. Quem não conhece, Ver. João Antonio Dib, esse evento cultural, religioso
da nossa Cidade que ocorre toda Sexta-Feira Santa do ano e que hoje é momento
de fé e de conversão?
Portanto, nesta homenagem aos cinquenta anos do
Colégio São José do Murialdo, é de extrema importância que façamos algumas
considerações. O Colégio São José do Murialdo fica na Rua Vidal de Negreiros,
perto da PUC, e iniciou suas atividades em 1961, como falei anteriormente, em
caráter precário, dispondo de apenas três salas de aula. Em 1961, o Colégio só
tinha três salas de aula, uma na antiga igreja e duas no atual Centro de Saúde
São José do Murialdo. Na época, tinha apenas 190 alunos; hoje, 759 alunos
estudam no Colégio São José do Murialdo, envolvendo os turnos da manhã e da
tarde, distribuídos em todas as séries, do Ensino Infantil ao Ensino Médio.
Nesses cinquenta anos de vida do Colégio São José
do Murialdo, a Escola se consolidou como instituição de ensino modelar. Sua
estrutura compreende, além das 23 salas de aula, duas salas de audiovisual,
laboratório de ciências, laboratório de informática, biblioteca com sala de
leitura, sala de estudos com computadores para pesquisa, ginásio, salão de
eventos com palco, praça, quadras poliesportivas e uma cancha de futebol sete.
Para além da estrutura física, cumpre destacar as
bases do projeto educativo da Escola. Na concepção do projeto do Colégio
Murialdo, a pessoa é um ser que se constrói na relação com o mundo, com os
outros e com Deus, descobrindo-se com capacidade crítica e transformadora.
Percebe, assim, que é capaz de criar as condições para a sua liberdade, para a
construção da História, para a justiça e para a busca de Deus.
Os alunos, desde cedo, são estimulados a participar
da construção de uma sociedade justa e solidária. Aprendem que a plena
realização do ser humano se consuma na revelação e na salvação trazidas por
Jesus. A Escola dispõe de serviço de orientação disciplinar, serviço de
orientação pedagógica e educacional e serviço de orientação religiosa. Outro
aspecto valorizado pela Direção e pela equipe de educadores do Colégio Murialdo
é a valorização da verdadeira relação de gênero. O fato de que homens e
mulheres se complementam, em igualdade e respeito, é algo nunca deixa de ser
suficientemente destacado aos alunos. Aluno, aquele a quem se dirige o projeto
educacional do Colégio Murialdo como um todo, é compreendido como uma pessoa
integral, sujeito de direitos e deveres. Enquanto criança e adolescente é
considerado, de acordo com o princípio constitucional, como a prioridade
absoluta. Além dos bens materiais que fazem parte do cotidiano dos jovens da
era virtual, que se descortina desde o final do século XX, o aluno também tem
necessidades transcendentes, com direito ao acesso à herança cultural da
humanidade, inclusive aos valores morais e religiosos. A satisfação dessas
necessidades é uma prioridade do Colégio São José do Murialdo.
Queria, neste momento, destacar alguns Diretores
que passaram pelo Colégio São José do Murialdo e que fizeram uma história muito
bonita. Quem não conheceu o Padre Nebrídio Bolcatto, muito conhecido nosso, já
partiu, mas deixou muitas lembranças na área educacional, também foi o pároco
da Igreja São José do Murialdo. Inclusive, hoje, nós temos uma praça com o nome
de Nebrídio Bolcatto, ela fica na Rua Frei Germano. Dizem que entramos para
eternidade, nobre Arcebispo, também quando deixamos o nome gravado em algo
importante, como um símbolo; é o que a Câmara proporciona, em um gesto
democrático, quando aprova nome de rua, nome de praça, nome de monumento.
Tivemos como diretores do Colégio o Padre Ézio
Julli, também o Padre Olino Boff. E quem não conheceu o Padre Ângelo Costa?
Quando fui seminarista da Congregação de São José - Josefinos de Murialdo, ele
era o nosso orientador espiritual e Diretor do Noviciado. Ele foi um dos
grandes idealizadores da Via-Sacra do Morro da Cruz, e todos sabem do meu
trabalho, da minha relação com esse evento cultural, em que até hoje atuo como
protagonista. Também tivemos o Padre Danilo Presotto, o Padre Carlos Paludo e o
Padre Ângelo Dall’Alba, que está aqui presente, já muito conhecido da Cidade,
também foi meu Diretor em 1980. Além disso, passou como Diretor, o Padre
Honorino Pedro Dall’Alba, que também já partiu, deixou muitas lembranças e
trabalhos exemplares para nós cidadãos e cidadãs de Porto Alegre. O Padre
Francisco Grasselli também foi um dos Diretores em 1996 a 2008. Hoje é Diretor
o Padre Geraldo Boniatti, que está aqui na Mesa, dando-nos alegria com a sua
presença a esta homenagem aos grandes serviços prestados pelo Colégio São José
de Murialdo à Cidade, Verª Sofia Cavedon.
A Srª Sofia
Cavedon: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Aldacir Oliboni, parabéns pela iniciativa. Gostaria de me somar - tenho certeza
de que toda a Bancada do PT - à admiração, ao orgulho e ao agradecimento pelo
trabalho educacional da Entidade, que tem a marca e o compromisso da inclusão,
mas inclusão com qualidade, com cidadania. Sabemos que a Educação é uma
estratégia para conseguirmos uma sociedade mais justa. Parabéns a todo o corpo
docente, alunos, professores, educadores e comunidade.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Verª Sofia.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni,
cumprimentos pela iniciativa. Faço uma saudação ao Arcebispo Dom Dadeus, que,
felizmente, deu a benção no Camelódromo, e aos demais que estão aqui
representando o nosso Murialdo. Quando eu leio “Murialdo - Amigo, Irmão e Pai”,
acho que não precisa dizer mais nada. Vejo aqui que o Colégio São José do
Murialdo tem um programa de geração de trabalho e renda. Quando eu era Secretário
da SMIC, tive a felicidade de fazer cursos de qualificação lá no Murialdo;
cursos que foram muito bem ministrados, pela disciplina, pelo fundamento de
vida que há no Colégio, o que é importante, pois não basta só ensinar como
fazer, é preciso ensinar como viver e como doar o que se sabe aos outros.
Então, eu queria cumprimentar esta Instituição que ensina a profissão e,
principalmente, ensina a ser um bom cristão, ensina a viver com a sociedade e
para a sociedade e não usar a sociedade para si. Parabéns! Continuem assim
essas instituições nesses tempos, porque nós precisamos muito. Obrigado.
O Sr. Toni
Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo
aparte, Ver. Aldacir Oliboni. Quero cumprimentá-lo pela iniciativa; podemos,
assim, festejar juntos os cinquenta anos do Colégio Murialdo. Quero
cumprimentar e pedir a benção de Dom Dadeus, do Padre Geraldo, do Padre
Raimundo. Principalmente, faço um cumprimento especial a Andressa, que é
Presidente do Grêmio Estudantil do Murialdo, a todas as pessoas que fazem parte
do Colégio São José do Murialdo, bem como as escolas que se fazem presentes.
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu
aprendi a admirar o Murialdo quando trabalhei, lado a lado, com um Contador que
foi aluno do Murialdo: ele sempre fazia muito boas referências ao Colégio.
Então, aos poucos, eu fui conhecendo o Murialdo e terminei, depois, na vida
pública, admirando ainda mais o trabalho realizado por vocês. Parabéns pelo
trabalho, que vocês continuem assim, que o Murialdo esteja aí nos próximos
cinquenta, cem anos, formando cidadãos e educando não só a comunidade do
entorno do Partenon, mas toda a Cidade. Parabéns!
A Srª Fernanda
Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Prezado Ver.
Oliboni, primeiro, eu quero saudá-lo pela iniciativa e parabenizá-lo em nome do
PSOL. Nós nos somamos à homenagem que é feita à Escola, são cinquenta anos de
história, de vida e de dedicação à causa da educação, na ampliação do acesso
educacional, da educação vinculada a uma perspectiva de inclusão social e de
combate às desigualdades sociais. Trata-se de uma educação para o mundo, de uma
educação para a cidadania, que é uma das principais bandeiras de luta, talvez,
neste momento, através dos belos trabalhos que estão sendo realizados sobre
educação ambiental, sobre a questão profissional, sobre a questão das próprias
desigualdades sociais e as políticas públicas de leitura, com a qual a
Instituição também trabalha; de fato, isso é um exemplo.
Então, eu gostaria de me somar a esta homenagem e
parabenizar o trabalho de vocês, do corpo docente, dos estudantes que estão
aqui na Câmara; do Lindolfo, da Biblioteca Ilê Ará, que é um exemplo de
biblioteca comunitária na nossa Cidade. Desejo vida longa à Instituição e
àqueles que fazem de tudo para transformar nossa sociedade através de uma
educação que inclua e de uma educação democrática.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Verª Fernanda.
Vejam só, alguns Vereadores têm enorme conhecimento
de causa na área da Educação, sobre o que foi e o que é o Colégio São José do
Murialdo, mas não é só com isso que a Congregação Josefinas trabalha. A
Congregação trabalha com muito mais, a exemplo dos inúmeros cursos
profissionalizantes desenvolvidos pelo Centro Profissional do Murialdo, cursos
mencionados aqui pelo Ver. Toni Proença. Também podemos citar o título de
Melhor Biblioteca do Ano, concedido, na Feira do Livro, à biblioteca do Morro
da Cruz. Ela é um modelo, Arcebispo, ela está no coração de uma periferia da
cidade de Porto Alegre e acolhe aqueles que mais precisam.
Eu sou um testemunho, Ver. Pujol, desse trabalho
educacional e também religioso. À medida que uma Congregação, religiosa ou não,
assume o papel do Estado, no momento em que oportuniza ao cidadão - seja a PUC,
quando implementou o ENEM, que acabou possibilitando o ProUni, que, por sua
vez, acabou possibilitando a vaga... Então, com essas Parcerias
Público-Privadas, que são filantrópicas, acabam retornando ao Poder Público
vagas àqueles que mais precisam. Ou seja, as comunidades religiosas, hoje,
fazem um papel fundamental de inclusão e também de justiça - por que não? -,
pois essas pessoas, muitas vezes, se fossem pagar, não teriam condições de
fazer um curso técnico, um ensino médio ou até mesmo uma universidade. Então, o
papel da Igreja é muito importante na vida do cidadão, mais precisamente nos
grandes cinturões, nos grandes centros das cidades.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Oliboni, eu lhe agradeço por conceder-me o aparte. Saúdo os nossos
homenageados. Quero não só em meu nome - pede o Ver. João Dib que eu o faça
também em nome do Partido Progressista, o qual ele lidera aqui na Casa,
conjuntamente com a Liderança do Governo - estender o nosso abraço fraterno de
integração e de solidariedade à homenagem que V. Exª presta, Vereador. Eu
fiquei impressionado, porque a obra de Murialdo vai muito longe deste Estado. É
lógico que, ao longo do tempo, nós nos fixamos muito naquilo que conhecemos,
especialmente ali na Rua Vidal de Negreiros e, mais tarde, lá no Morro da Cruz,
nos altos da Rua 9 de Junho, onde uma obra muito especial se realizou. Eu tenho
uma vinculação muito direta, lembro-me, e faz tempo, de que há cinquenta anos,
quando eu era dirigente da União Metropolitana dos Estudantes Secundários de
Porto Alegre, eu e a futura, hoje já aposentada, Professora Norma Rosito
subimos o Morro e conseguimos uma sala de aula para fazer uma experiência de
alfabetização de adultos. Nessa ocasião, fomos recebidos pelo Padre Ângelo Costa,
que era o nosso ponto de referência. Aliás, numa época muito dinâmica da
política estudantil, nós transformamos o Padre Ângelo de confessor em
conselheiro e, com frequência, íamos lá buscar o seu aconselhamento.
Então, quando V. Exª presta esta homenagem, eu me
sinto no dever de ficar solidário, Ver. Oliboni, com o homenageante e com os
homenageados, por consequência, porque tudo isso me traz à memória coisas
importantes da minha vida. Ali, bem perto, naquela Rua 26 de Dezembro ou coisa
que o valha, naquela esquina, eu me lembro do Airton, que foi meu assessor, que
militava naquela área e que, infelizmente, morreu tragicamente. Enfim, eu me
lembro do primeiro posto de saúde que se colocou lá, ainda lá atrás, no Governo
Triches, acredito, ou coisa que o valha, com o Jair Soares, como Secretário da
Saúde. Eu me lembro de tudo isso e sei - Vossa Excelência, que é da região,
sabe melhor do que eu - o quanto é importante a obra social de São José do
Murialdo lá no seu Bairro e em toda aquela região de Porto Alegre. Vossa
Excelência, Ver. Oliboni, não podia ser mais feliz, mais autêntico e mais
coerente em propor esta homenagem, porque mexe conosco, com a Casa, propiciando
que tenhamos belas recordações e uma integração por inteiro nesta homenagem que
em boa hora V. Exª propôs e que a unanimidade da Casa apoiou. É a minha posição
pessoal, respaldada pelo nosso decano, o Ver. João Antonio Dib, e os seus
companheiros de Bancada: Ver. Beto Moesch e Ver. João Carlos Nedel. Muito
obrigado pelo aparte.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. Pujol; obrigado, Ver. João Antonio Dib. Enquanto Câmara
de Vereadores, queremos agradecer a todos Diretores aqui citados; ao Padre
Geraldo Boniatti; ao nosso grande Padre Raimundo Pauletti, Provincial da
Congregação de Josefinos de Murialdo; ao nosso Arcebispo - aqui comemorávamos,
há poucos dias, os cem anos da Arquidiocese. Vejam só o quão importante é a
participação da Igreja na sociedade. Em nome da Câmara Municipal de Porto
Alegre, em nome da sociedade, em nome dos cidadãos e cidadãs, queremos
agradecer a todos os professores, alunos e formadores de opinião pelo excelente
trabalho prestado na Região Leste, como em tantos outros Municípios, a exemplo
de Caxias - também em Santa Catarina -, a jovens que, com certeza, ao receberem
esse ensino, essa orientação, essa profissão, poderão ser encaminhados para a
vida e para os seus desafios. Que Deus dê vida longa ao Colégio São José do
Murialdo; que, cada vez mais, os senhores possam abrir oportunidades aos
jovens. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Ver. Aldacir José Oliboni. Convido-o a
fazer a entrega da Placa ao homenageado, ao Padre Geraldo Boniatti.
(Procede-se à entrega da Placa.) (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Sr. Geraldo Boniatti, Diretor do Colégio São José
do Murialdo, está com a palavra.
O SR. GERALDO
BONIATTI: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
Ver. Nelcir Tessaro; V. Exª Revma Dom Dadeus Grings, Arcebispo da
Arquidiocese Metropolitana de Porto Alegre; Padre Raimundo Pauletti, Provincial
do Instituto Leonardo Murialdo; Ver. Aldacir Oliboni, proponente desta
homenagem aos cinquenta anos do Colégio Murialdo - na pessoa do Aldacir, saúdo
os amáveis Vereadores aqui presentes que usaram da palavra. Estou muito
agradecido. Quero saudá-los e agradecer-lhes por esta homenagem ao nosso
Colégio. O nosso Colégio está aqui presente com professores, Grêmio Estudantil,
Associação de Pais e Mestres e um grupo significativo de educadores e educadoras
do Centro Social Murialdo. Neste momento, não me resta senão agradecer pelo
reconhecimento do Poder Público ao nosso Colégio Murialdo e a toda a Associação
Protetora da Infância, que, durante cinquenta anos, se preocupou em formar os
corações de centenas e centenas de cidadãos. Os josefinos de Murialdo, fiéis ao
legado recebido pelo seu fundador, São Leonardo Murialdo, dedicaram-se e
continuam se dedicando à formação e transformação de corações, visando à
formação integral de cada cidadão.
Algumas provocações de Murialdo guiaram e continuam
guiando a formação dos jovens no bairro Partenon e arredores. Dizia Murialdo:
“Não há pintor, não há escultor que possa ser comparado àquele que possui a
grande arte de moldar o coração dos jovens”. Ainda dizia Murialdo: “Valoriza a
sabedoria do passado, mas sê sintonizante com teu tempo. Escuta e compreende as
vozes vivas do universo, da tua terra, da tua gente, da tua cidade, da tua
pátria, as vozes dos que sofrem, dos pobres e dos oprimidos”. Mais: “A amizade
é o eco do divino sobre a terra e o testemunho mais certo de que Deus está
presente em nós com a sua graça”. Murialdo, citando Conde Albert Mun, dizia:
“Não fique ali de braços cruzados, vendo o trem da história passar; suba nele e
procure dar-lhe uma direção!”. E por fim: “Participa de tudo o que é belo, bom,
verdadeiro e santo. Nada se perde em viver generosamente, com nobreza e
cortesia, nutrindo no coração a lealdade, a justiça e o bom senso com
benevolência. Só assim aprenderás a ler os sinais dos tempos e os sinais de
Deus e entender os gritos de teu o povo”.
Ao longo de cinquenta anos, centenas de
profissionais de Educação buscaram moldar o coração e uma plêiade de jovens do
bairro Partenon e adjacências, jovens que hoje se tornam orgulho do nosso Colégio
pela presença atuante na sociedade. O que importa é estar situados no tempo e
no espaço, atuando na transformação da sociedade. Nós ensinamos que cada pessoa
é um ponto luminoso dentro do universo e, sendo luminoso, indica caminhos para
outras pessoas, e a soma de muitos pontos luminosos dá brilho e certeza no
caminho de todos. Mas não basta ser uma luz na vida, é preciso ser luminosidade
com o calor de um coração cheio de amor. Murialdo diz que não basta o amor de
caridade, é preciso o amor da amizade. E, por fim, convido cada educando a
subir no trem da história e conduzi-lo com ética, numa direção segura, onde a
vida possa ser vivida com dignidade e solidariedade.
O Colégio Murialdo luta com dificuldades para
continuar atendendo uma população que realmente necessita de estudo de
qualidade para ter maiores possibilidades na vida. Mas, com o apoio e a
solidariedade da comunidade, não iremos desanimar, pois as vidas desses jovens,
com as suas famílias, são preciosas para nós. Sr. Presidente da Câmara; Sr.
Aldacir Oliboni, proponente desta homenagem; demais Vereadores e autoridades
aqui presentes, obrigado pela homenagem que nos prestaram. Queremos assegurar
que o Colégio Murialdo continuará, com todo o empenho, a educar corações, para
que fermentem a sociedade, fazendo com que se passe do isolamento egoístico à
partilha solidária; da indiferença entre os cidadãos para a completa inclusão
das pessoas; do domínio esmagador e escravizante para a libertação de cada
pessoa.
Também quero publicamente agradecer a todas as
pessoas que, nos cinquenta anos de vida do Colégio, souberam doar-se para que
ele existisse. Penso nos professores dedicados, nas organizações de pais e
mestres; penso nos grêmios estudantis; penso nos funcionários, que não mediram
esforços para que a vida fosse vivida com abundância. “Estamos nas mãos de
Deus, estamos em boas mãos”, dizia Murialdo. Deus abençoe cada um dos
presentes! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): De minha parte, quero primeiramente cumprimentá-lo,
Ver. Oliboni, pela belíssima ideia de homenagear o cinquentenário do nosso
Colégio São José do Murialdo.
Em 1972 - cheguei em Porto Alegre em 1971 -, Padre
Boniatti, eu sempre lá frequentava, porque meu primo, o Padre Américo Dallabona,
havia sido contemporâneo e lecionava naquele Colégio. Como eu não conhecia
Porto Alegre, era aonde eu ia, eu ficava todos os finais de semana lá. Tive a
alegria também de, na Capela, com o saudoso Padre Ângelo Costa, batizar a minha
filha. Sentíamo-nos muito bem nas missas do Padre Ângelo Costa. Eu passava os
sábados no Colégio São José do Murialdo. Havia as partes desportivas, com meu
primo, o saudoso e falecido Américo Dallabona. Nós conhecíamos item por item
daquele Colégio, daquela bela Instituição, que hoje está completando seus
cinquenta anos.
Fico feliz de poder estar na presidência desta Casa
nas comemorações do cinquentenário de um Colégio que justamente marca toda
aquela região, em que V. Exª, Ver. Oliboni, faz aquele trabalho maravilhoso
todos os anos, na Semana Santa, lá no Morro da Cruz. Ainda estive, esta semana,
na Rua Vidal de Negreiros. Falar em Vidal de Negreiros é falar em São José do
Murialdo, que é mais conhecido. Aquele bairro praticamente poderia ser chamado
de bairro São José do Murialdo, pelo conhecimento que tem a Cidade.
Então eu quero cumprimentar toda a Direção; quero
aqui mais uma vez saudar nosso Arcebispo, seja bem-vindo a esta Casa. É sempre
uma alegria contar com o seu elevado espírito, que faz com que ergamos as
nossas orações no sentido de, cada vez mais, esta Casa trabalhar para quem mais
precisa, trabalhar com seriedade, tratando dos anseios da comunidade, sendo
mediadores entre a comunidade e o Executivo. E assim faremos sempre, porque
entendemos que o trabalho dos Vereadores, além de prestar homenagens, como a
que estamos prestando hoje, é o de auxiliar o Executivo a facilitar a execução
das obras prioritárias da Cidade, principalmente as obras sociais, que precisam
ser executadas de maneira célere. O cidadão que precisa não pode esperar a vida
toda para que as coisas aconteçam, ele não pode esperar muito. E, aqui, nós
sempre brigamos, Dom Dadeus e Padre Boniatti, porque entendemos que a Região
Leste da Cidade é a região que mais precisa do Poder Executivo. Quem não tem
onde morar não pode esperar!
Quero agradecer a todos pelas presenças nesta
homenagem, cumprimentando todos os senhores e senhoras; principalmente, todo o
grupo de professores, de alunos, a Direção e os amigos do Colégio São José do
Murialdo. Parabéns!
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h52min.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro - às 14h55min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Paulo Marques
está com a palavra em Comunicações.
O SR. PAULO MARQUES: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu subo a esta tribuna para apresentar um Projeto que protocolei
nesta Câmara de Vereadores com o objetivo de alterar e dar um rito processual à
Junta Administrativa de Recursos de Infrações, a JARI.
(Lê.) “O presente
Projeto tem por objetivo tornar o processo de julgamento de recursos de
trânsito mais transparente para a população em geral e, especialmente, para os
recorrentes, tornando as sessões de julgamento públicas, assim como
possibilitando a quem recorre ou a seu procurador a defesa oral de seu recurso.
Essa orientação está baseada nos princípios constitucionais do contraditório,
da ampla defesa e do devido processo legal e possibilitará decisões mais
adequadas à realidade social e acessíveis ao conhecimento de todos os cidadãos. O apoio financeiro garantido por dotação
orçamentária própria, constante da Lei Orçamentária Municipal, visa à autonomia
das decisões da Junta Administrativa de Recursos de Infrações - JARI -, o que
impede que se vincule quaisquer das decisões à necessidade de utilização dos
valores decorrentes da aplicação de penalidades de trânsito. A remuneração dos
membros da JARI, feita por meio de recursos orçamentários próprios, desvincula,
efetivamente, as suas decisões da ingerência do órgão autuador. Não que se
duvide da isenção das decisões dos membros da JARI, mas este Projeto objetiva
evitar quaisquer especulações a respeito desse assunto.”
Estamos protocolando
o Projeto com vistas a possibilitar um processo, ou seja, um rito processual
que permita que se faça, Ver. Todeschini, a sustentação da defesa oralmente
durante as sessões. Acho que isso vem contribuir, e abrimos essa discussão para
o debate, tendo em vista que temos que buscar uma melhor solução para isso,
porque, de cada cem recursos, apenas 4% são julgados procedentes na Junta de
Administração dos Recursos de Infração. Então, estamos protocolando este
Projeto e abrindo esta discussão na Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Tarciso
Flecha Negra está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª
Juliana Brizola.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde,
Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; boa-tarde a todos os Vereadores e
Vereadoras e a todos que nos assistem. É com pesar que comunico o falecimento
do Sr. Paulo Otacílio de Souza - é claro que toda a imprensa já fez este
comunicado. Ele era conhecido nacionalmente como Paulo Lumumba. Foi Vereador
desta Casa de 1969 até 1972, jogador na década de 60, treinador na década 70 do
Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Eu tinha a obrigação de vir aqui porque Paulo
Lumumba, numa convivência de treze anos, ensinou-me muito. Foi um grande
professor que eu tive não só como jogador de futebol, mas também como cidadão.
Aprendi muito com o Sr. Paulo; ele doava o seu tempo com amor, com carinho,
gostava de mostrar o caminho aos jogadores profissionais, aos jogadores da
categoria de base, tenho passagens maravilhosas com o Sr. Paulo. Quando eu já
estava velho dentro do futebol, como profissional, eu ainda tinha deficiência
em bater na bola com a perna esquerda, e o Sr. Paulo me chamou, ficamos quase
três meses treinando, e eu acabei batendo bem com a perna esquerda e fazendo os
gols de que o Grêmio precisava.
Então, eu quero dizer
a toda a família do Paulo Lumumba: que Deus ilumine esse grande professor, esse
grande cidadão que foi o Paulo Lumumba, que vai permanecer vivo no meu coração
e na minha mente por tudo que fez por mim e pelos jogadores profissionais que
hoje estão aí atuando pelos grandes clubes do Brasil. Nós devemos muito a Paulo
Lumumba; para mim, ele é uma estrela na bandeira tricolor, como foi o nosso
inesquecível Everaldo. Que Deus dê o descanso merecido a esse grande mestre, a
esse grande professor.
Tenho passagens
maravilhosas com Paulo Lumumba, homem de muita inteligência, que ensinava a
todos nós com carinho e dedicação. Lembro de um treino do grupo profissional em
1976, Paulo Lumumba era treinador: nós peleando dentro do campo em vez de
brigar com o adversário no jogo de domingo. Ele parou o treino, tirou a bola e
disse: “Continua o treino!” E nós: “Sr. Paulo, mas cadê a bola?” Ele respondeu:
“Não, vocês não precisam de bola, vocês estão machucando a bola, estão batendo
na bola; então, não precisam de bola, vamos treinar sem bola, é a bola que está
atrapalhando vocês!” O Sr. Paulo fazia com que a gente entendesse que aquilo
ali era um treinamento, para que, no dia do jogo, nós realmente brigássemos com
o adversário e pela bola. Foi uma liderança maravilhosa. O Ver. Bosco conheceu bem o
Paulo Lumumba, porque cobria, como jornalista, dentro do gramado.
O Sr. João
Bosco Vaz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Bem apanhado, Ver.
Tarciso, o seu depoimento sobre o Paulo Lumumba. Eu fui, por dez anos, repórter
do Grêmio e convivi com ele, mas V. Exª conviveu com ele nas internas, na
convivência do dia a dia, e essa história é maravilhosa. Vocês tinham tomado de
três a zero no domingo, ele marcou esse treino para a segunda-feira, e vocês
queriam bola, e ele disse: “Bola não! Vocês não viram a bola ontem, então hoje
o treino é sem bola”. Que Deus o tenha!
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Obrigado, Ver. João Bosco Vaz.
O Sr. Dr.
Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Tarciso, eu
gostaria de transmitir também um grande abraço à família do Paulo Lumumba e
dizer que tive a rara oportunidade, também, de conviver com ele como meu
treinador no infanto do Grêmio, quando estive no Grêmio; era um homem
extremamente carinhoso, afetivo, inteligente e competente. Com certeza, deixou
um legado muito grande para a nossa sociedade.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Obrigado, Ver. Dr. Raul.
E, para finalizar, Sr. Presidente, eu gostaria de
contar uma coisa que me marcou e que me ensinou muito; daí para frente, eu
parei de acreditar em sorte e azar. O Paulo Lumumba me chamou, ele estava
conversando no pátio do Grêmio com sete, oito torcedores, e os caras diziam que
o Pelé tinha muita sorte. Eu cheguei para o Sr. Paulo Lumumba e falei: “Bah,
que sorte tem esse negão!”. E ele falou: “É, o Pelé tem sorte mesmo, Tarciso,
ele fez mil gols. Que sorte tem esse homem...!” E depois falou: “Não acredita
nisso; vai treinar e vai procurar corrigir as tuas deficiências, porque senão a
bola não entra. O Pelé não tem sorte, ele é, ele treina para fazer aquilo.”
O Sr. Haroldo
de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Do Paulo Lumumba,
eu lembro, Tarciso, como se fosse hoje: se você ou qualquer jogador daquela
época chegasse para o Paulo Lumumba e dissesse: “Como fomos campeões hoje, não
precisamos jogar amanhã”, esse homem “virava uma arara” dentro do vestiário,
porque ele gostava de jogar, gostava da profissão, gostava dos amigos, foi um
homem de grande caráter.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Obrigado, Ver. Haroldo.
O Paulo Lumumba, onde ele está, está ouvindo estas
palavras e está feliz, ele foi um grande mestre nosso. Nos treze anos que
convivi com ele, eu só tenho a agradecer, de coração, com muito amor, e peço
que Deus dê a paz e todo o amor que ele merece junto ao nosso grande mestre que
é Jesus.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Tarciso,
eu tive a oportunidade de ser Vereador junto com o Paulo Lumumba, tive razões
bastantes para admirá-lo, pela sua seriedade, simplicidade, que é uma das
coisas que falta hoje no mundo. Nunca o vi levantar a voz, nunca o vi ficar brabo com alguém, estava sempre pronto a atender. Era, realmente, uma
pessoa admirável. É como alguém disse: ele está lá no céu olhando para nós
agora.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Obrigado, Ver.
Dib, a quem eu recorri ontem à noite - sei que V. Exª trabalhou com ele aqui na
Câmara durante os quatro anos do seu mandato -, para buscar a data certa em que
Sr. Paulo atuou na Câmara como Vereador. Senhor, abençoe-nos e abençoe esse
grande mestre. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
A Verª Maria Celeste
está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
retorno a esta tribuna para falar de um tema que tem sido colocado
reiteradamente por todos nós, do qual nós, Vereadores e Vereadoras desta
Cidade, não podemos nos descuidar nunca, especialmente porque estamos
diretamente nas ruas da Cidade, nas vilas, Ver. Dr. Thiago: temos sido cobrados
diariamente pela precariedade do atendimento da Saúde no Município de Porto
Alegre. Desde a Região Sul até a Região Norte de Porto Alegre, nós temos nos
deparado com postos de saúde sem médico para atender, ou, na maioria dos casos,
as unidades têm apenas um médico para dar conta de uma vasta área da região.
Temos encaminhado junto ao Secretário Casartelli todas as questões colocadas e,
mesmo assim, há muito a fazer e a cobrar do Executivo, porque a Saúde não pode
esperar.
Eu tive a
oportunidade, junto com a Verª Fernanda, no Orçamento do ano passado, de fazer
uma emenda disponibilizando recursos para vários postos da Região Norte da
Cidade, especialmente a UBS Santa Rosa e a UBS Ramos, disponibilizando recursos
para as reformas, disponibilizando recursos para o aumento do número de
médicos no atendimento das unidades, e o que a gente viu e vê é que, no
decorrer dos 365 dias que já passaram, ainda a Unidade Santa Rosa, na Vila
Santa Rosa, para atender a vinte mil pessoas, tem apenas um médico -
apenas um! Agora, o clínico geral saiu da unidade, e a ginecologista tem de
atender toda a demanda da população, deslocando-se de sua especialidade e atendendo
como clínica geral. E a gente tem visto que não é só na Vila Santa Rosa; em
diversos postos do Município há essa precariedade de médicos. Os Vereadores
desta Casa, no final do ano passado, aprovaram em Regime de Urgência,
urgentíssima, a contratação de cem novos médicos para a cidade de Porto Alegre.
O que nós queremos saber é onde estão essas cem novas contratações de médicos
na Cidade, para onde foram e, efetivamente, qual é a população que está sendo
atendida.
E temos um segundo problema a resolver: a situação
dos PSFs na cidade de Porto Alegre. Com a coordenação do Ver. João Antonio Dib,
juntamente com o Ver. Toni Proença e o Ver. Aldacir Oliboni, realizamos uma
reunião com o Prefeito para que, efetivamente, pudéssemos trazer um Projeto a
esta Casa a fim de resolver o problema da contratação dos agentes comunitários
no Município de Porto Alegre, e estamos aguardando. Há uns dez dias houve uma
Audiência na Comissão de Saúde, e, lamentavelmente, a proposta não anda, a
situação está da mesma forma. Eu encontrei uma senhora, Agente Comunitária, no
Centro da Cidade, ela desabou, literalmente, na minha frente, começou a chorar,
Ver. João Antonio Dib, porque não aguenta mais a situação que está vivenciando.
Como Agente Comunitária da cidade de Porto Alegre, ela recebe, no seu
contracheque, como estagiária! Estagiária, provisoriamente, porque nós
renovamos a possibilidade dos agentes comunitários até dezembro de 2010,
naquele Projeto anterior, e as pessoas querem ver as suas vidas particulares
sendo reconhecidas e resolvidas. Eu faço aqui um apelo ao nosso Prefeito
Municipal, que eu sei que está tentando contribuir com essa discussão, no
sentido de que encaminhe imediatamente o Projeto a esta Casa, para que, de
fato, possamos resolver a situação especificamente dos agentes comunitários.
Obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Verª Maria Celeste.
O Ver. Mario Manfro está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MARIO
MANFRO: Ver. Nelcir Tessaro, nosso Presidente; nossos colegas, quem nos assiste,
hoje o assunto que trago em Comunicações é, principalmente, a respeito do abono
que será repassado à classe médica; abono, diga-se de passagem, bastante justo,
paliativo, não resolutivo, mas, sem dúvida nenhuma, algo que se faz necessário
para resgatar, pelo menos em parte, a dignidade dos serviços.Acho bastante
importante que esse abono seja também estendido à classe odontológica, que
clama por essa dignidade.
Em conversações preliminares com o Poder Executivo,
foi-nos colocado que, talvez, a classe odontológica não tenha as mesmas
dificuldades da classe médica. Por exemplo, nós aprovamos aqui a inserção de
mais cem profissionais médicos no Município, e nós estamos com dificuldade,
inclusive, de preencher essas vagas, em virtude do mercado de trabalho e pelo
fato de as condições de salário não serem atrativas para a classe médica. E
foi-nos colocado que isso não acontece na classe odontológica; ao contrário, há
pouco tempo, foi aberto um concurso público com um número bastante expressivo
de inscritos. Só que é de se salientar que esse
concurso, aberto para a classe médica - essa contratação -, é para
especialistas, e o concurso para cirurgião-dentista é um concurso para clínico
geral. Então, é óbvio que aquela pessoa formada há pouco tempo, aquele
cirurgião-dentista formado há pouco tempo, vai se inscrever. Só que nós estamos
falando também dos especialistas na área de odontologia. E são muitos os
especialistas que estão sendo utilizados na Rede Pública, e a remuneração é de
clínico geral. Se fizermos esse comparativo com os especialistas da área de
odontologia, com os especialistas da área de medicina, sem dúvida nenhuma,
ambas as categorias estarão defasadas. Então, o mesmo problema da medicina
existe na classe odontológica.
Acho importante essa
isonomia, acho muito importante que a classe odontológica não fique novamente
em segundo plano, porque não existe saúde sem saúde na boca. O médico e o
dentista são os únicos dois profissionais da área da Saúde que receitam e que
são inteiramente responsáveis pelos atos médicos ou odontológicos. Então eles
têm de ser tratados de uma forma igualitária. Nós estamos, como eu disse,
gestionando junto ao Poder Executivo para que esse abono no Plano de Cargos e
Salários também seja extensivo à classe odontológica. Aguardamos e temos
certeza de que o Prefeito Fortunati, o Poder Executivo, em seu todo, e a
Secretaria da Saúde serão sensíveis a esse anseio. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra em Comunicações.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
público das galerias, público que nos assiste pelo Canal 16, amanhã, na cidade
de Porto Alegre, estará acontecendo uma importante feira, Ver. Pedro Ruas, que
é a Expoagas, onde as indústrias estarão presentes, expondo na FIERGS. Mais de
trezentos expositores estarão lá presentes; durante três dias - nos dias 24, 25
e 26 de agosto -, Ver. Tarciso Flecha Negra, teremos essa importante feira de
supermercadistas, que é uma das maiores feiras da América Latina, aqui no Rio
Grande do Sul, em Porto Alegre. É uma excelente oportunidade para os
supermercadistas, os minimercadistas estarem lá presentes, vendo as novidades do
setor. Durante esses três dias mais de trinta mil pessoas, comércios,
varejistas estarão presentes na FIERGS, vendo novos produtos e novas
oportunidades para o nosso comércio varejista de Porto Alegre, não só o de
Porto Alegre, mas de todo o Rio Grande do Sul.
Também tenho feito,
como Presidente da Frente Parlamentar, um debate com esse setor dos
supermercados, dos minimercados, das redes de cooperação, das centrais de
negócios, temos feito uma aproximação com as agroindústrias e a agricultura
familiar aqui da cidade de Porto Alegre e da região. Nós queremos aproximar
essas agroindustriais do supermercado, a fim de que elas possam não só
produzir, mas ter uma forma melhor de vender os seus produtos diretamente ao
supermercado, chegando com um preço mais acessível ao consumidor. Também, para
que as pessoas que vivem da agroindústria, a agricultura familiar, Ver. Aldacir
José Oliboni, possam ter melhores condições, diminuído, dessa forma, o êxito
rural, mantendo as pessoas no campo. Temos feito com o Presidente da Agas esse
debate, como Presidente da Frente Parlamentar aqui desta Casa, sobre a
aproximação da agricultura familiar e da agroindústria com o setor
supermercadista e com as centrais de negócios. Então, durante o evento da
Expoagas, na terça-feira, dia 24, vai haver o encontro dessas cooperativas de
agroindústria com a Diretoria da Agas e os supermercadistas, para que eles
possam começar a se entender e, dessa forma, comercializar os seus produtos de
forma mais direta, trazendo grande benefício para a economia da nossa Cidade.
Também tenho feito o
debate, como Presidente da Frente Parlamentar, em defesa da micro, pequena e
média empresa, Ver. Idenir Cecchim, a respeito das centrais de negócio. Hoje,
aqui em Porto Alegre, nós temos a Rede UniMax, a Rede Ammpa, a Rede Unisuper, e
em todo o Estado do Rio Grande do Sul nós temos mais de 26 redes de centrais de
negócios dos supermercados, são mais de três bilhões de comercialização desses
pequenos comércios, dos pequenos comércios varejistas. Temos feito um debate
junto com eles a respeito dessas centrais de negócios, para que eles possam se
aproximar e criar uma grande central de negócios unificando todas as centrais,
para, com isso, aumentar o poder de barganha desses pequenos supermercados,
dessas centrais, Ver. DJ, tendo melhores condições de comprar seus produtos,
tendo em vista que, com a globalização, nós temos, cada vez mais, uma
concorrência muito forte desse setor, com a entrada dessas multinacionais no
Estado do Rio Grande do Sul e na cidade de Porto Alegre.
Então, nós, da Frente
Parlamentar, estamos fazendo o debate com essas redes, para que a gente possa
unificar as centrais de negócio, para que elas tenham melhores condições de
compras e de comercialização dos seus produtos, assim a população não sofrerá
tanto com a globalização. O que está acontecendo é que poucas marcas, poucas
empresas acabam dominando o mercado. Temos trabalhado muito na Frente
Parlamentar para o fortalecimento dessas redes de supermercados e também de
outras redes que participam, para que a gente possa ter o fortalecimento da
economia do nosso Estado, da nossa Cidade, de modo a que os pequenos
empreendedores consigam sobreviver a essa grande concorrência.
Muito obrigado,
Presidente Mario Manfro, que assumiu os trabalhos, pela oportunidade de
estarmos aqui expondo, e ao nosso Ver. Pedro Ruas, que é candidato a
Governador...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Está encerrado
o período de Comunicações.
Passamos ao
A Verª Fernanda
Melchionna está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do
Ver. Pedro Ruas.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, colegas Vereadoras, Verª Juliana Brizola, Vereadores, primeiro,
gostaria de agradecer ao Ver. Pedro Ruas, Líder do PSOL, pela cedência do seu
tempo para que eu trouxesse três assuntos de extrema importância para a nossa
Cidade.
O primeiro deles é
uma reclamação que recebemos de uma aposentada, uma senhora chamada Carmem
Maria; ela trouxe uma reclamação muito importante para ser cobrada do Executivo, é
o desrespeito que o nosso modelo de transporte coletivo tem com relação aos
idosos. E não é na postura dos nossos valorosos motoristas e cobradores que
vemos uma prática de desrespeito aos idosos, não; é na estrutura física do
ônibus, que não permite que alguém que tem uma certa idade, já com problemas de
locomoção, com problemas no joelho, possa subir os degraus sem fazer grandes
esforços físicos. Depois de ouvir a reclamação da Dona Carmem, parei na frente
das paradas de ônibus para verificar essa questão da altura do degrau dos
ônibus. Ver. DJ Cassiá, nós, que somos jovens, não sentimos o esforço que
fazemos para subir os degraus, mas a altura do degrau, de fato, não é compatível
com esses senhores e essas senhoras - não são cadeirantes, porque felizmente
boa parte da frota já é adaptada para os cadeirantes - que trabalharam a vida
toda para nossa Cidade, para nosso Estado e que, muitas vezes, são
desrespeitados pelo Poder Público.
E não é só na questão do ônibus. Recentemente houve
uma polêmica no Congresso sobre o reajuste dos aposentados, em que eles mais
uma vez tiveram apenas sete por cento do reajuste no salário, quando o reajuste
do salário dos aposentados, da pensão não é vinculado ao reajuste do salário
mínimo, acarretando uma grande defasagem salarial que os Governos depois não
repõem. E vejam também o desrespeito - algo que em muitos lugares se percebe -
em relação aos lugares destinados aos idosos nos ônibus, no metrô; esses
lugares são ocupados pela população, que não se levanta para que os nossos
idosos os ocupem. Mas, sobre a estrutura do ônibus, é algo que pode ser
rapidamente resolvido, ou, pelo menos, se pode apresentar uma alternativa aos
nossos idosos. É um tema relevante a ser levado à EPTC.
Recentemente, a EPTC foi procurada pela Bancada do
PSOL, para debater as mudanças no fluxo da Cidade. Certamente, nós a
procuraremos para debater essa questão da locomoção dos idosos, inclusive a
questão da Av. Protásio Alves - como noticiado pela imprensa -, que acumula
problemas de segurança tanto na questão do asfalto do corredor de mais de cinco
quilômetros, por toda a Av. Protásio Alves, que carrega mais de cem mil
porto-alegrenses diariamente para suas casas, para seus locais de trabalho,
tendo grandes buracos na avenida, como o problema das faixas de segurança, que
já estão apagadas, colocando em risco a vida de milhares de pedestres. Eu, como
moradora da Rua Ramiro Barcelos, já tive o desprazer, Ver. Pedro Ruas, de
assistir a um acidente no corredor de ônibus. Foi justamente essa falta de
sinalização que fez com que um jovem, no ano de 2001, fosse atropelado na
faixa. Assisti a esse drama, e é um drama que acontece frequentemente nesse
corredor de ônibus da Av. Protásio Alves. A questão da faixa de segurança tem
que ser imediatamente revista pela Prefeitura Municipal, o que não acarreta
muitos custos para a Prefeitura. Aliás, isso, na nossa opinião, não é custo, é
investimento, porque tem a ver com a proteção da vida dos porto-alegrenses. Com
a equipe que a Prefeitura tem, esse problema pode ser facilmente resolvido.
Vimos a esta tribuna trazer mais esse acontecimento, que foi amplamente
noticiado pela imprensa de Porto Alegre.
Outra questão que nos parece relevante é a da
Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura, que, no dia 1º de julho, colocou, na
Audiência Pública realizada na Comissão de Educação, Cultura, Esportes e
Juventude, uma série temas envolvendo problemas e soluções a respeito da
leitura pública na cidade de Porto Alegre. Foi uma reunião no sentido de
avançar na construção do Plano Municipal do Livro e da Leitura, da qual
participaram dezenas de bibliotecas comunitárias e entidades vinculadas ao
livro, à leitura, a Faculdade de Biblioteconomia e a Câmara Rio-Grandense do
Livro.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Muito obrigado,
Verª Fernanda Melchionna. Ainda sobre o tema de que V. Exª tratava
anteriormente, há necessidades que justificam um período de transição da Rua
Ramiro Barcelos como se fosse uma perimetral. Ela não foi projetada para isso.
Há três perimetrais em Porto Alegre, projetadas exatamente para isso, uma das
quais na frente deste prédio. Mas a Rua Ramiro Barcelos passou a ter
características de perimetral, ligando parte da Zona Norte ao Centro e à Zona
Sul, como caminho, com velocidade compatível, lamentavelmente, em função dos
sinais, mas sem a proteção necessária aos pedestres. Mesmo de forma transitória
- e temos receio de que o transitório, como sempre, em Porto Alegre se
transforme em permanente -, V. Exª alerta corretamente. Há necessidade, sim, de
um tratamento especial com sinaleiras e faixas de segurança, sob pena de termos
- tomara que não - acidentes graves nesse período de transitoriedade, da Rua
Ramiro Barcelos na condição de perimetral.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver. Pedro Ruas.
Nossa visita ao Secretário, na EPTC, já trouxe
alguns resultados para a região. Um deles foi a instalação - muito bem alertado
por Vossa Excelência - de uma faixa de segurança na Rua Ramiro Barcelos e de um
gradil. Isso foi bem apontado por V. Exª na Rádio Guaíba, mas certamente muitas
medidas ainda são necessárias para que, de fato, a Rua Ramiro Barcelos possa
cumprir um papel de perimetral na nossa Cidade. É verdade que a abertura da rua
no sentido Ipiranga-Centro facilita o trânsito na nossa Cidade, trânsito que,
aliás, está cada vez mais complicado. A cada dia, setenta carros entram em
circulação nas ruas de Porto Alegre; são adquiridos setenta novos carros,
enquanto estamos vendo as condições de estrangulamento das principais vias de
acesso da nossa Cidade não só em horário de pico. Antes, era a partir das 18
horas; hoje, a partir das 16 horas, muitas vezes já se pega engarrafamento em
avenidas e rotas importantes. Claro que concordamos com essa abertura, mas nós
nos preocupamos com esse período transitório, para que não haja riscos à
população, aos transeuntes. E que isso ajude no fluxo do trânsito.
De fato, a visita foi bem importante, mas muitas
outras rotas serão alteradas e deverão receber atenção especial dos Vereadores
e das Vereadoras, como receberam da Bancada do PSOL, seja na via da Rua
Garibaldi, seja para as obras da Copa de 2014, como a duplicação de
determinadas vias e as propostas e políticas para as pessoas que lá habitam,
como, por exemplo, o caso dos moradores da Vila Tronco e da Vila Cruzeiro, eles
já vieram a esta Casa e precisam ser olhados com atenção pelos Vereadores e
Vereadoras, para que haja uma política de adaptação próxima ao local de
moradia, compatível com a vida que essas pessoas já têm, mostrando, de fato,
que a Copa, na nossa Cidade, não vai ser um evento para “inglês ver”. Não vai
ocorrer como ocorreu no Rio de Janeiro, e o intuito da fiscalização permanente
do PSOL, da nossa luta, é fazer com que a Copa sirva para incluir, para
melhorar a cidade de Porto Alegre, para gerar emprego, para atrair turista;
sobretudo, para valorizar o que temos de melhor e melhorar a condição de vida
do nosso povo. Infelizmente, muitos aspectos não estão indo nessa direção, não
é, Ver. Pedro Ruas? Seja o projeto de espigões no Cais Mauá, seja a proposta
vetada pelo Prefeito Fortunati da garantia dos sessenta metros da orla.
Felizmente - e gostaria de falar sobre isto, era o
próximo tema -, vocês sabem que nós enviamos, depois de nove meses de trabalho,
o Relatório Final do Plano Diretor, e houve muitos Vetos por parte do
Executivo, muitos Vetos desnecessários, muitos Vetos no sentido de reduzir a
possibilidade de controle social, por um lado, e, segundo, de preservação do
meio ambiente. A nossa Comissão Especial do Plano Diretor se reuniu para
apreciar os Vetos antes de virem ao Plenário, como é de praxe, como diz o
Regimento, o que acontecerá agora, no dia 31 de agosto, quando vence o prazo de
apreciação dos Vetos. Felizmente, por maioria, os Vereadores optaram por manter
uma Emenda que é essencial para nossa Cidade e que havia sido vetada pelo
Prefeito Fortunati: é a Emenda de preservação dos sessenta metros da orla do
Guaíba.
Essa Emenda garante, ao mesmo tempo, a preservação
do meio ambiente, a preservação da área de rio, garante que o espaço siga sendo
público, o que já prevê a legislação internacional de preservação de rios.
Infelizmente, o Prefeito vetou, mas o Veto foi derrubado pelos Vereadores na
Comissão. Nós acreditamos que será mantida a derrubada do Veto em plenário, com
a maioria dos Vereadores das Bancadas, porque sabemos da importância da
preservação ambiental num momento em que saem na imprensa notícias sobre chuva
ácida na nossa Cidade. A chuva ácida é fruto desse modelo predatório de
destruição ambiental que acarreta centenas e milhares de desastres no Rio
Grande do Sul, no mundo, no Brasil. No dia 02 de agosto, ocorreu essa chuva
ácida na nossa Cidade, que é um perigo para o meio ambiente, para a vida, para
a humanidade de um modo geral, justamente fruto dessas políticas que não levam
em conta a preservação ambiental. Então, eu gostaria de colocar a nossa
alegria, enquanto PSOL, pela manutenção da opinião da ampla maioria dos
Vereadores sobre a necessidade de preservação da orla do Guaíba, trata-se de
uma Emenda de autoria do Ver. Airto Ferronato no ano de 2009, quando da
adequação do Plano Diretor da cidade de Porto Alegre.
Para concluir, reafirmo a importância da reunião na
Comissão de Educação no sentido de que houve um avanço na instituição de um
Grupo de Trabalho para fazer o Plano Municipal do Livro e da Leitura, que, em
palavras muito simples, significa a adequação, o planejamento, o diagnóstico
das políticas de leitura na cidade de Porto Alegre e a prospecção para o
próximo período. É uma diretriz nacional, várias cidades e Estados do Brasil
estão fazendo esse Plano Municipal, que tem acarretado imensas melhoras nas
políticas de leitura. E nós tiramos esse Grupo de Trabalho composto pela Câmara
Rio-Grandense do Livro, pela nossa participação enquanto Frente Parlamentar da
Leitura, pelas bibliotecas comunitárias, pela Faculdade de Biblioteconomia e
Comunicação, pelo Conselho Regional de Biblioteconomia, pela Secretaria de
Educação, pela Secretaria de Cultura, que tem se reunido às terças-feiras.
Eu gostaria de alertar, Ver. João Antonio Dib,
Líder do Governo, que na reunião estava presente a Secretária de Educação,
Cleci Jurach; estava presente a representação da Secretaria de Cultura, através
do Secretário da Coordenação do Livro e da Leitura, o Márcio. E, infelizmente,
na reunião do Grupo de Trabalho foi tirada, de maneira consensual, a não
participação ainda da Secretaria de Educação. Eu tenho ligado para a responsável
por participar dessas reuniões e não tenho obtido retorno. Já mandei ofício e
acho que tem que ser registrado na tribuna, porque, em primeiro lugar, o
Legislativo tem que ser respeitado pelo Executivo, e, em segundo, quando há um
Grupo de Trabalho, de fato, construído com o Executivo, o Executivo tem que se
fazer presente. Então, eu gostaria de pedir o seu auxílio junto à Secretaria de
Educação, para pedir a presença da representante da SMED, para avançar na luta
pela...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente Manfro, colegas Vereadores,
Vereadoras, senhoras e senhores que nos dão o prazer da sua audiência, em nome
da nossa Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, gostaria de fazer uma
pequena análise sobre o atual momento que vive o Brasil no campo da Educação. O
Governo Lula tem uma aprovação recorde em todos os institutos de pesquisa, seja
do Datafolha, seja da CNT/Sensus, da Vox Populi, da CNI/Ibope; todos esses
institutos apresentam o Governo Lula com mais de 94% de aceitação e de
aprovação popular, e isso se reflete, nesses sete anos e meio de Governo, em
todos os campos. Mas hoje eu quero aqui me referir ao campo da Educação, sobre
o qual, há poucos minutos, minha querida colega Fernanda Melchionna debatia e
sobre o qual todos os Vereadores daqui trazem sua preocupação. Quando falamos
em Educação, obviamente nós nos lembramos do PDT, da luta do Brizola pelo turno
integral nas escolas. Portanto, esse tema da Educação tem que estar presente em
todos os debates.
No campo da Educação, o Governo Lula apresenta
fortes níveis de escolarização em todas as faixas etárias. A parcela da
população que não frequentava a escola foi reduzida de 29% para 18%,
considerando o grupo de cinco a dezessete anos de idade. Reduzimos em 8%, mas,
Ver. DJ Cassiá, ainda temos 18%. Portanto, essa luta tem que continuar para a
inclusão escolar de nossas crianças e adolescentes. Com a criação do Fundeb -
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica -, o Governo Lula tem
como objetivo atender 47 milhões de estudantes brasileiros, com investimentos
de até 4,3 bilhões de reais. Com o Fundeb, a partir dos quatro anos de idade, o
Estado é obrigado a acolher as crianças; é um Projeto que tem que ser
desenvolvido na sua afirmação republicana, em parceria com o Município, o
Estado e a União, cada um fazendo a sua parte.
Na área do Ensino Superior, temos o ProUni -
Programa Universidade para Todos -, é o maior programa de bolsas de estudo da
história da educação brasileira. O ProUni oferece 130 mil bolsas de estudos a
1.412 instituições em todo o País. O Governo também criou treze novas
universidades públicas federais, interiorizando o estudo universitário. Em
menos de oito anos, foram criadas 214 escolas técnicas federais - uma aqui na
nossa querida Restinga -, mais do que a soma de todas as escolas técnicas
criadas em toda a história do Brasil até 2002, que foram 164. Portanto, nesses
sete anos e meio são mais 214, totalizando 378 escolas técnicas no Brasil. E
faltam muitas outras ainda para toda a Nação brasileira.
O ProJovem é destinado a jovens de 18 a 24 anos que
terminaram a 4ª série, mas não concluíram a 8ª série do Ensino Fundamental, que
não trabalham ou não têm contrato em vigência na carteira de trabalho e que
residem nas capitais dos Estados e no Distrito Federal. O Governo Lula também
investiu como nunca na formação de professores, com a capacitação de 75 mil
docentes através da Rede Nacional de Formação Continuada de Professores. Com a
Escola de Gestores, houve a qualificação de diretores de escolas e
democratização da gestão escolar. Cito também os programas de livros didáticos
e o Programa Dinheiro Direto na Escola, que beneficia mais de trinta milhões de
alunos, matriculados em 117 mil escolas municipais, estaduais e filantrópicas.
Quero trazer esses dados aqui, porque nós
debatemos, e o Município, o Estado e a União têm a responsabilidade...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, utilizo este espaço do Grande Expediente cedido pelo Ver. Reginaldo
Pujol, para falar de algumas coisas da nossa Cidade.
Eu sou Vereador da base do Governo, sou do Governo,
mas preciso fazer uma pequena observação sobre uma obra que está sendo
realizada no Largo Glênio Peres. Todos nós tivemos um trabalho enorme para
liberar o Largo Glênio Peres, a Praça XV, a José Montauri. Fez-se uma campanha
enorme para a adoção do Largo Glênio Peres, e a Coca-Cola acabou vencendo. Mas
o que estou vendo de recuperação lá é coisa de prender os responsáveis; aquilo
não é revitalização, não é reforma, chega a ser pior do que remendo! Estão
usando o mesmo material quebrado, os pisos estão sendo colocados por
profissionais sem a mínima condição - de colocação de piso eu entendo, falo de
conhecimento próprio. O que estão fazendo no Largo Glênio Peres, Líder do
Governo, Ver. João Dib - o senhor é um engenheiro capaz, é conhecedor do que é
preciso ser feito para reformar, ou restaurar, ou revitalizar alguma coisa
pública -, é tudo menos revitalização.
Está na hora de chamar o representante da
Coca-Cola, o empreiteiro que a Coca-Cola contratou - que eu não sei quanto
cobrou -, porque a Coca-Cola tem a obrigação de fazer uma coisa decente. Eu não
vou me calar por ser Vereador da base do Governo. Aquilo é uma vergonha! Tem
que se tomar uma providência hoje, não é nem amanhã. Amanhã tem que se mandar
parar o que estão fazendo lá; que comprem material decente, apropriado, para
fazer aquela reforma! Como estão fazendo não é nada, nem arremedo.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir
Cecchim, que bom que Vossa Excelência está tocando nesse tema, porque a
Coca-Cola disputou aquilo a pauladas para realmente ter o direito de colocar a
sua marca ali na Região Central. Havia outras empresas que também queriam
adotar aquele lugar para ali colocarem a sua marca, e a Coca-Cola acabou
levando a melhor. Então, ela tem uma obrigação moral com a Cidade, com os
cidadãos de realmente prestar ali um bom serviço.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado, Vereador. O senhor conhece o Largo Glênio Peres, como todos
os nossos porto-alegrenses, sabe da responsabilidade que se tem com esse local.
Não serão duas ou três pessoas lá, batendo martelo durante o dia todo, que vão
arrumar; estão deixando pior do que estava. Não tem nem uma coisa nem outra;
não estão fazendo nem uma coisa nem outra. Então, peço que a fiscalização da
SMOV ou quem for o responsável por essa obra fiscalize antes que eles façam
errado, porque a propaganda e as camisetas da Coca-Cola já estão lá. E nós
estamos vendo uma coisa vergonhosa.
Passado esse assunto, temos outras coisas no Centro
de Porto Alegre que nos preocupam, mas desta vez não são os camelôs os
culpados, não são os ambulantes os culpados. Nós temos de começar a tomar
providências, por exemplo, com relação ao que disse o Cappellari, o novo
Presidente da EPTC, que teve de tomar algumas providências necessárias na
Cidade, mas que, talvez, tenha que ouvir mais em relação à proibição de os
caminhões descarregarem no Centro de Porto Alegre. Tem de começar a ouvir todas
as partes antes de tomar providências, pois, do contrário, quem vai pagar mais
caro são sempre os mesmos: os consumidores. No Centro há muitos supermercados,
lojas de materiais de construção, há o Mercado Público e mais uma série de
estabelecimentos que precisam ter o direito de descarregar. Se tiver de dividir
um caminhão que carrega doze toneladas em três de quatro toneladas, vai piorar
o trânsito, vai ocupar mais espaço, vai ter mais poluição no Centro. Então,
temos de discutir melhor esse assunto.
O Sr. DJ
Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acho que o senhor
já deu a receita. É exatamente como o senhor falou. Concordo plenamente, vai
atrapalhar a vida desses trabalhadores; a vida deles vai virar um caos. O nosso
trânsito está totalmente sufocado. Em seguida, não se conseguirá sair da
garagem de casa.
Vou dar um exemplo, vamos pegar a Zona Sul, na
subida, naquelas lombas ali: é ônibus e caminhão pela direita e pela esquerda
num horário de intenso fluxo de carros, no final de tarde e no final da manhã;
as ambulâncias pedindo espaço, e ali dentro tem uma vida que não pode esperar,
Vereador; em dois minutos, nessas situações de emergência, salva-se uma vida.
Temos que cuidar isso. Tem que estabelecer posições para os ônibus e caminhões.
Não sou contra o trânsito dos ônibus e dos caminhões, eles estão trabalhando,
mas que andem pela direita. Então, a EPTC que tome uma posição com relação a
esse transporte, porque pode salvar vidas,
Vereador! O senhor está correto na sua colocação, estou com o senhor. Parabéns
pelo tema!
O SR. IDENIR CECCHIM: Muito obrigado.
Quando discutiram o
Plano Diretor da Cidade aqui - na época, eu estava na Secretaria - eu acho que
os Vereadores foram muito felizes, colocaram um item importante permitindo o
estacionamento subterrâneo em Porto Alegre, basicamente, no Largo Glênio Peres.
Eu apresentei um Projeto, até para facilitar, elencando outros locais, para que
se tirem os estacionamentos das ruas e se coloquem nesses estacionamentos
subterrâneos, como há em todo o mundo. Teríamos mais uma pista de rolamento, o
que desafogaria o trânsito. Se fizerem um estacionamento subterrâneo na Praça
da Matriz, por exemplo, resolvem-se alguns problemas. Primeiro, vai haver lugar
para estacionar; segundo, os flanelinhas indesejados que há por lá,
irregulares, também não vão precisar mais existir, não terão sentido em
permanecer lá. O que pode acontecer é treiná-los para que eles operem os
estacionamentos.
Atrás da Reitoria da
UFRGS, há um local espetacular para um grande estacionamento subterrâneo. Que
se licite isso, que se faça através de PPP, que se faça licitação de concessão
de uso, alguma coisa, pois assim vai haver, embaixo da Redenção, no subsolo,
muito estacionamento para a UFRGS, para a Reitoria da UFRGS, para os finais de
semana, deixando lugar para as pessoas. Com isso, resolve-se o problema do
estacionamento, resolve-se o problema da circulação de automóvel, pois não
precisa ter um lado para estacionar, facilita-se o trânsito; com pouco
dinheiro, faz-se mais uma pista de rolamento. Não é “tirando só o bode da
sala”, não; temos que fazer coisas objetivas. A Prefeitura tem condições de
realizá-las sem muito orçamento. Licitam-se os estacionamentos subterrâneos e
tiram-se os estacionamentos dessa faixa azul, jogando-os nos estacionamentos
subterrâneos com preços compatíveis. Resolvem-se muitos problemas de trânsito
tendo criatividade.
(Aparte
antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Não. Eu acho, Ver.
João Bosco, que podem ser vendidos muitos carros, o que nós temos é que ter
criatividade, segurança e fiscalização, sim, senhor. Não dá para permitir que
um veículo fique estacionado oito horas no mesmo local. Acho que isso tem de
acabar, tem que ter um estacionamento pago, aí a pessoa vai aprender a
ser educada e vai aprender a dar lugar para o outro cidadão que também precisa
estacionar.
Sobre as pistas de rolamento, repito: se não der
para alargar as ruas, que se tire o estacionamento, dando a alternativa do
estacionamento subterrâneo. Eu vou defender essa ideia, tenho certeza de que os
nobres Vereadores também querem uma solução. É uma contribuição humilde deste
Vereador para vivermos em paz, para convivermos com o progresso, com as boas
maneiras, para convivermos com as cargas e descargas dos caminhões no Centro.
Pode-se estabelecer horário, mas não o tamanho do caminhão ou o tamanho do
ônibus, porque o peso dele tanto faz ao meio-dia ou à noite. Eu acho que,
estabelecendo o horário, facilitaremos a carga e descarga. Devemos estabelecer
um horário para não trancar as ruas, ou, até mesmo, podemos usar o espaço que
fica atrás do nosso Muro da Mauá, que eu espero que ele seja removido, porque o
muro não serve para nada, a não ser para esconder os nossos armazéns e
particularizar um grande estacionamento que fica lá atrás. Então, se há um
estacionamento, que se aproveite para os caminhões de carga e descarga
descarregarem lá. Se não der para outra coisa, que o muro não sirva como
divisor de onde se pode construir ou não. Eu acho que, se medir do rio até o
Muro, dá exatamente 60 metros. A emenda exige 60 metros do Guaíba para a
edificação. Eu sou contra, acho que, a partir de 30 metros do lago Guaíba, já
se pode construir, ainda sou favorável aos 30 metros. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Presidente em exercício do nosso
querido Partido Tucano, Ver. Luiz Braz, Presidente dos Tucanos hoje; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, faço uma saudação especial a todos os que nos
acompanham nesta tarde. Venho pedir, Ver. DJ Cassiá e Ver. Bosco, com toda a
calma, porque, quando eu grito, o Ver. Comassetto não me entende, e, já que ele
não está aqui, Ver. Oliboni, como companheiro de Partido do Ver. Comassetto, por favor...
(Aparte antirregimental
do Ver. Aldacir José Oliboni.)
O SR. NILO SANTOS: Não, não, não quero
tirar o senhor para guri de recado, mas V. Exª, como um bom companheiro, pode
ajudá-lo.
Continua no blog do Ver. Comassetto aquele absurdo,
o Ver. Comassetto faz questão de que eu seja o pai da duplicação da Av. Vicente
Monteggia. Ele disse que quem encaminhou, quem fez o projeto fui eu. (Mostra
documento.) Então, eu sou o pai da duplicação da Av. Vicente Monteggia! Entendo
que o Ver. Comassetto talvez queira arrumar votos para mim na próxima eleição,
mas eu peço aqui, encarecidamente... Ver. Toni Proença, Ver. Paulinho Rubem
Berta, usar o nome de um colega no seu blog,
no seu site, é uma coisa muito
delicada! Ele diz aqui que contrariou a minha fala, dizendo de um suposto
projeto de duplicação da Av. Vicente Monteggia, dizendo que eu, supostamente,
teria encaminhado... Isso é muito feio! Principalmente, depois que foi entregue
a ele a cópia de um Ofício com o carimbo do Ministério das Cidades comprovando
que o Projeto existe e que foi encaminhado pelo Prefeito da Cidade, porque é o
Prefeito quem encaminha para Brasília, Ver. Mario Manfro; é o Prefeito quem
encaminha o projeto, aguardando a liberação de verba.
O Projeto está lá
desde novembro, e o Governo Federal, Ver. João Dib, não libera verba para a
duplicação da Av. Vicente Monteggia; não houve um movimento do Governo Federal
para liberar essa verba para a duplicação. O Ver. Comassetto, em vez de usar o
seu blog para pedir encarecidamente
ao seu companheiro, o Presidente Lula, que libere a verba para a duplicação,
prefere deixar o meu nome lá! Eu gostaria que ele usasse o meu nome, mas não
com esses absurdos, com mentiras. Quero que ele me promova, mas me promova com
verdades! Que diga que fui eu, sim, que pedi ao Secretário, que fui eu um dos
que brigaram para que fosse realizado, para que fosse elaborado o Projeto. Que
ponha a informação correta!
Eu estou pedindo isso
com todo jeitinho para a Assessoria do Ver. Comassetto, pedindo
encarecidamente. Já pedi para o Presidente do Partido! Mas eu estou vendo que
ninguém manda no Comassetto! O Comassetto está se tornando indomável, ninguém
doma esse homem! Ele é um indomável! Alguém tem que chegar e dizer a ele:
“Olha, não é legal colocar o nome de um colega no site com uma informação que não é correta”. Alguém tem que dizer
isso para ele, por favor! Será que eu terei que ir a Brasília pedir que o seu
companheiro, o Lula, peça ao Comassetto tomar jeito e retire o meu nome do seu blog!? É capaz de ele não ouvir nem o
companheiro Lula! Por favor, Ver. Comassetto, eu lhe imploro: retire o meu nome
do seu blog.
Não faço questão de estar no seu blog, nem com mentiras, nem com
verdades; não faço questão que o meu nome apareça ao lado do seu - vou
trabalhar assim, pode ser que agora ele retire! Obrigado por me declarar pai da
duplicação da Av. Vicente Monteggia, pai do Projeto, mas agora retire o meu
nome do blog. É só isso que eu estou
pedindo. Fica feio a pessoa ser obrigada a ter o seu nome num blog que detesta! Eu passei a detestar o
blog do Comassetto, porque ele não é
confiável! Jamais a imprensa desta Casa vai buscar uma informação no blog do Comassetto depois disso tudo,
porque não é confiável, por favor! Meus amigos estão lendo, estão curiosos,
porque eu falei o que estava lá, estão curiosos e continuam lendo essa mentira.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, vou pedir que o Líder do Governo, meu querido amigo Ver.
João Dib, preste atenção na minha fala só por um minuto.
Saúde Pública interessa a todos nós. Infelizmente,
há pessoas que trabalham em Saúde Pública e que não sabem o que é Saúde
Pública, e isso, realmente, precisa ser corrigido pelo atual Prefeito
Municipal. Imaginem os senhores que o destino de todos nós é, uma hora ou
outra, a morte. No tratamento que se dá ao corpo na hora da morte, através das
funerárias, às vezes restos
são atirados no esgoto in natura,
hoje, pelas funerárias. Vocês sabem como se faz a limpeza de um corpo? Já
acompanharam a limpeza de um corpo? Já fizeram o acompanhamento do tal de
tamponamento, de toda a limpeza? Nós somos Vereadores, precisamos saber disso,
e só agora eu estou tomando conhecimento do perigo que isso pode representar.
A
maioria das funerárias hoje, Ver. João Dib, atira todos esses dejetos in natura na rede de esgoto - todos os
dejetos! Raríssimas funerárias conseguem fazer o tratamento de esgoto para
poder atirar na rede a água que sobra, mas a grande maioria - 90% das
funerárias - atira isso in natura.
Uma funerária - não vou citar o nome -, preocupada com essa situação, ligou
para a Secretaria da Saúde e disse para a moça que a atendeu que eles estavam
testando um novo sistema de tratamento de esgoto para mostrarem as outras
funerárias o que pode ser feito. A moça da Secretaria da Saúde disse que isso
não era uma questão de Saúde Pública. (Riso.) Meu Deus do Céu!
Eu
quero apresentar aqui, juntamente com os senhores, um projeto para tratamento
desse esgoto que é utilizado por funerárias, para que possamos, sim, Ver. João
Carlos Nedel, tratar dessas questões de Saúde Pública de uma forma mais
correta. Até convido os senhores para contatarmos a Secretaria de Saúde do
Município e informarmos que isso está acontecendo em Porto Alegre! E não
acontece só hoje; historicamente, isso já acontecia em Porto Alegre. As
funerárias limpam os corpos, e tudo vai, diretamente, para a rede de esgoto,
quando não deveria ser assim! A Secretaria da Saúde do Município tem que saber
que isso não pode ser assim, mas ocorre. Ver. João Antonio Dib, eu convido
todos os Vereadores da Casa para trabalharmos em um projeto que possa orientar
as funerárias no sentido de que esse tratamento realmente tenha que ser feito.
Nós temos um projeto básico que eu acredito que possa orientar as outras
funerárias, por meio de uma que já está fazendo esse trabalho, e com correção.
Não vou dar o nome para não fazer propaganda, mas acredito que, realmente, essa
deva ser uma preocupação de todos nós, Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a
palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro;
colegas Vereadoras e Vereadores, público que acompanha a nossa Sessão no dia de
hoje, quero utilizar este espaço de Liderança de oposição para falar sobre
saúde. Há pouco recebemos uma informação de que o Cremers e o Sindicato Médico
estão, neste momento, no Hospital Conceição, devido à lotação da Emergência.
Então nós nos perguntamos: vocês imaginam o Cremers e o Sindicato Médico
concordando com o fechamento de uma Emergência hospitalar? O que seria isso para
Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib? Será que é justo o Hospital Conceição, que
luta para que todos possam ser atendidos, ser penalizado por abrir as portas
àqueles que mais precisam? Não é melhor negociar, enquanto gestor, com todos os
hospitais que possuem Emergências no sentido de ampliar as Emergências e os
atendimentos?
Quatro,
oito horas, às vezes, o cidadão fica esperando para ser atendido em outras
Emergências. Em Emergências que não são resolutivas, ele fica muito mais do que
isso. Há poucos dias, uma senhora nos procurou aqui na Câmara, dizendo que,
havia três dias, a sua mãe estava sentada numa cadeira na Emergência do
Hospital de Clínicas, e perguntou se, devido à idade, não existiria alguma lei
que a amparasse no sentido de poder ter nem que fosse uma maca ou uma cama na
própria Emergência. O caos da Saúde vai continuar até quando? E aí nós ouvimos
duas entidades de grande credibilidade dizer que não é possível haver um
atendimento dessa forma, com tantos pacientes numa Emergência só. Mas por que
só o Hospital Conceição é atacado? Por que o Hospital de Clínicas também não é?
Por que a Santa Casa também não é? Por que tantos outros hospitais também
filantrópicos não atendem uma demanda maior? Porque o Poder Público não compra
essa demanda: não compra consulta, não compra exames, não compra internação! Se
observarmos o que as cotas determinam, Ver. Toni Proença, o número de pacientes
atendidos, e que quem atende mais não recebe...
Não
é justo! Vamos abrir, então, para todos aqueles hospitais que têm Emergência,
para que todos aqueles pacientes que forem atendidos possam receber ao menos o
que o SUS paga do valor de uma consulta, de um exame de emergência. O que está
acontecendo hoje não é justo, temos uma certa perseguição à Emergência do
Hospital Conceição. Não é justo! O que nós queremos é que todas as Emergências
fiquem abertas, atendendo a todos, sem distinção de classe, de sexo, de raça,
de poder econômico, principalmente. Queremos que os hospitais façam a sua
parte, que os filantrópicos atendam 64% ou mais pelo SUS, para se manterem
filantrópicos, e que os públicos atendam a todos. Que um cidadão não chegue a
uma Emergência - às vezes é um acidente, às vezes há um diagnóstico muito grave
- para receber a informação de que ela está lotada. Isso não é justo. A pessoa
tem que ser ali atendida, porque, quando se trata das Unidades de Saúde, nós
sabemos que Porto Alegre deixa muito a desejar.
Tivemos
uma reunião na Comissão de Saúde e Meio Ambiente na semana passada, quando
discutimos as UPAs - as Unidades de Pronto Atendimento -, Ver. Dr. Thiago
Duarte. Nós percebemos, pela primeira vez, uma briga, uma discordância, entre o
Poder Municipal de Porto Alegre e o Governo do Estado. O Governo Federal
liberou recurso. Das dezessete UPAs, ficou acordado fazerem-se seis no Estado,
duas para Porto Alegre, e as duas de Porto Alegre estão brigando por causa da
área definida! Olha, é impressionante, mas nós percebemos isso na nossa frente.
O Ver. Dr. Raul, que batalha muito nessa área, estava presente e também ficou
muito frustrado com essa briga interna. Queremos que as coisas aconteçam em
Porto Alegre, que as Emergências fiquem abertas para atender a todos. Talvez
seja este o mecanismo mais rápido e mais humano neste momento: as Emergências
estarem abertas e atenderem a todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores
e minhas senhoras, a Saúde vai mal em Porto Alegre, a Saúde vai mal no Estado,
a Saúde vai mal no País, mas o Lula vai bem. Vai bem! Não deixa votar a Emenda
Constitucional n° 29, que é do ano de 2000, para que venha recurso para a
Saúde. E não se diga que a falta da CPMF criou algum problema, até porque eles
arrecadaram mais do que quando recolhiam CPMF. Agora, o Lula não deixa votar a
Emenda, o que seria dar 10% para a Saúde. Hoje dão 4%, quando dão. Deveriam ser
10%, é o que está na Constituição.
A
Petrobras deve ter um problema de saúde também, porque vêm fabulas de bilhões
de reais; agora o Governo vai auxiliar a Petrobras com mais 24 bilhões de reais
para capitalizá-la. Ela está descapitalizada! Como o petróleo,
internacionalmente, baixou de preço... Temos esta manchete de jornal:
“Petrobras não repassa aos consumidores brasileiros queda no preço
internacional do petróleo”. Baixou de preço não foi agora, faz muito tempo!
Mas, em outubro de 2008, a Petrobras chegou a promover uma redução de preços:
4,5% para a gasolina e 15% para o diesel.
Não houve impacto nas bombas; as bombas continuaram com os mesmos preços. Por
quê? Porque o Governo elevou os impostos sobre os dois produtos. Então, o
Governo Federal só arrecada e depois faz publicidade! A Saúde não recebe
recursos! Como é que nós vamos aumentar as Emergências dos hospitais, se não
tem como pagar, se o Governo Federal impede... E digo com a tranquilidade não
de quem ouviu dizer, mas de quem presenciou o fato através do Canal 18,
direto de Brasília, do plenário da Câmara Federal. O Deputado Henrique Fontana
foi o primeiro, agora foi o Deputado Vaccarezza, a dizer que o Governo não
quer. Ora, se o Governo, que tem a obrigação constitucional de dar os recursos
para a Saúde, não dá, por que nós vamos exigir dos que estão lá na ponta, que
são os Municípios, que não recebem? Se não recebem, não podem ampliar os seus
atendimentos.
E, quanto à solicitação do Ver. Luiz Braz, eu acho
justa, penso que não há nem necessidade de lei, vou fazer uma solicitação ao
DMAE, para que examine o lançamento de esgoto. E depois nós teremos uma
solução, tranquilamente, até porque o Ver. Luiz Braz já informou - não quis
fazer publicidade, segundo disse - que há uma funerária que faz a seleção desse
material e não lança no esgoto cloacal. Assim como os hospitais têm que tratar
aquele tipo de resíduo, que é possível de contaminação, acho que as funerárias
têm obrigação de fazer isso aí.
Então, Saúde, Ver. Aldacir Oliboni, faz-se à custa
de dinheiro, não se faz de graça. Não sendo de graça, o Governo deveria dar os
recursos que a Constituição Federal define, e ele dá 4%, quando deveria dar
10%. Eu já vi suplementarem outras verbas, diminuindo os 4% da Saúde. Portanto,
Ver. Oliboni, dê um telefonema para o nosso Presidente, sei que V. Exa
tem contato direto, e diga: “Deixe votar, por favor!” Os Prefeitos do Brasil
inteiro foram lá pedir aos Deputados, e ele não deixa votar. Ele é insensível.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2728/10 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/10, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro, que altera o parágrafo único do art. 109 da Lei Orgânica
do Município de Porto Alegre, excepcionando de impedimento para o recebimento
de benefício fiscal a Caixa Econômica Federal e o Fundo de Arrendamento
Residencial por ela gerido.
PROC.
Nº 3021/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 026/10, que institui
abono salarial aos detentores de cargos efetivos de Médico da Secretaria
Municipal de Saúde, da Administração Centralizada do Município, estende o abono
salarial aos Médicos municipalizados que desempenham suas atividades em órgãos
dessa Secretaria e dá outras providências.
PROC.
Nº 3022/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/10, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Aldo Sani o logradouro público
cadastrado conhecido como Rua 7075.
PROC.
Nº 3023/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/10, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Canísio Binsfeld o logradouro público
cadastrado conhecido como Rua 7077.
PROC.
Nº 3024/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 146/10, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ivo Walter Kern o logradouro público
cadastrado conhecido como Rua 7071.
PROC.
Nº 3025/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 147/10, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Wilson Conceição Bona o logradouro
público cadastrado conhecido como Rua 7074.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadores, Srs. Vereadores, a Pauta
hoje está leve, há quatro Projetos para denominações de logradouros, o que acho
extremamente importante. Todos os logradouros deveriam ser denominados,
pavimentados, cuidados, tudo isso deveria acontecer, mas, especialmente, acho
que precisam ser denominados.
Há dois Projetos que precisam de cuidados
especiais. O Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, apresenta um Projeto de Emenda à
Lei Orgânica que altera o parágrafo único do art. 109 da Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, trazendo benefícios fiscais para a Caixa Econômica
Federal e para o Fundo de
Arrendamento Residencial por ela gerido. Evidentemente, ele não está preocupado
em dar qualquer coisa para a Caixa Econômica ou para o Fundo de Arrendamento
Residencial, mas, sim, permitir que mais residências, dentro do Programa Minha
Casa, Minha Vida, por exemplo, possam ser executadas.
O segundo Projeto que me preocupa - para o qual eu
já pedi os benefícios do art. 50 - é o que institui abono salarial aos médicos,
já amplamente divulgado, já é de conhecimento da Casa. Sei que o nosso
Presidente em exercício, Ver. Mario Manfro, também pede que os odontólogos
recebam as mesmas benesses. Os enfermeiros, provavelmente, farão a mesma coisa,
os engenheiros também já se movimentam. De qualquer forma, há um Projeto do
Executivo. Eu acho que devemos, então, dar uma solução a este. Se outros
vierem, evidentemente, dentro das possibilidades do Orçamento da Prefeitura,
vamos fazer também o atendimento necessário. Era isso, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente, Ver. Mario Manfro; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; está em 2ª Sessão de Pauta o Projeto que institui abono salarial
aos detentores de cargos efetivos de médico da Secretaria Municipal da Saúde.
Nós estávamos, agora há pouco, debatendo a Saúde em Porto Alegre; efetivamente,
temos muito ainda a construir. Mas eu queria fazer, novamente, um apelo à
população de Porto Alegre. A verba para a Saúde nunca será suficiente se as
pessoas continuarem bebendo como bebem, fumando,
não respeitando a lei, porque fumam perante outros. Nós sabemos que cinco
milhões de pessoas morrem no mundo por causa do fumo, especialmente em países
da África; aqui no Brasil, estima-se que duzentas mil pessoas, por ano, morrem
por causa do fumo. As pessoas continuam se drogando. Vejam essa calamidade que
é a droga. Então, fumando, bebendo e se drogando, não vai haver nunca verba
suficiente para a Saúde. É importante que se reforcem esses verdadeiros
apóstolos da Saúde, que são os médicos.
Também em Pauta há
quatro Projetos de minha autoria que denominam logradouros da nossa Cidade. O
primeiro Projeto denomina a Rua Aldo Sani. Aldo foi um grande engenheiro, um
grande executivo e um dos administradores, fundadores da nossa Riocell, hoje
Celulose Riograndense. O segundo denomina a Rua Canísio Binsfeld - um Juiz de
Direito que, após a aposentadoria, se dedicou às causas sociais, inclusive com
relação aos problemas de Porto Alegre, estava sempre em contato com os
Vereadores, sugerindo, informando, solicitando providências. O Dr. Canísio
Binsfeld também foi um grande católico que ministrava palestras, escrevia e
orientava pessoas nos institutos católicos.
O terceiro Projeto
denomina a Rua Ivo Walter Kern - também um empresário, cujo currículo eu não
pude anexar ao Processo, porque são, mais ou menos, umas 150 páginas
encadernadas. Eu tive que fazer uma síntese do material, que traz toda a sua
vida, todo o seu trabalho em prol da comunidade, em prol, também, do
desenvolvimento da nossa Cidade, gerando empregos e gerando impostos. O último
Projeto denomina um logradouro com o nome de Wilson Conceição Bona, que foi um
grande amigo, também companheiro de Cursilho. Muito adepto à área esportiva,
ele era uma pessoa de imensa alegria, uma grande alegria de viver e merece,
portanto, ser homenageado dando seu nome a um logradouro de nossa Cidade. São
todos logradouros na Zona Sul, que está expandindo bastante a sua área
imobiliária e, naturalmente, vai precisar de mais investimentos públicos.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; quero
falar de um Projeto que está em 2ª Sessão de Pauta, o PLE nº 026/10, que
institui abono salarial aos detentores de cargos efetivos de médico da
Secretaria Municipal da Saúde, da Administração Centralizada do Município,
estende o abono salarial aos médicos municipalizados que desempenham suas
atividades em órgãos dessa Secretaria e dá outras providências.
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni,
obrigado pelo aparte. Também venho manifestar apoio à concessão de abono aos
médicos como uma medida transitória, negociada com o Simers, no sentido de que,
enquanto o plano de carreira não for apresentado, o abono seja um paliativo,
para que os médicos tenham tranquilidade para trabalhar. Mas é urgente que seja
dada uma solução e que os médicos desempenhem o seu papel, a sua função, com a
maior intensidade, porque os hospitais estão superlotados, e as Emergências
estão com horas de filas, e isso só pode ter uma solução adequada com um bom
funcionamento da Atenção Básica, que é tanto no PSF como nas Unidas Básicas de
Saúde do Município. Obrigado.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Esta demanda do Sindicato Médico - a criação de mecanismos em prol do
programa de cargos e salários no Município de Porto Alegre - não é de hoje, é
antiga. Dr. Jorge, do Sindicato Médico, que está aqui presente: nós sabemos que
hoje o médico da rede básica ganha em torno de mil e quatrocentos reais, até
dois mil e seiscentos reais, e, com esse plus,
com esse abono, esse valor chegará a três mil reais; são médicos das Unidades
de Saúde. Já os médicos dos Programas de Saúde de Família podem chegar a
receber cinco mil, seis mil, até sete mil reais. Os médicos lutam pelo piso
nacional de salário de sete mil reais, e eu estou com eles. Acho que quem estuda,
quem se especializa e tem uma profissão tem que ganhar bem, como tem que ganhar
bem o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfermagem, o agente
comunitário.
O que o Governo de uma certa forma esqueceu, e pode
haver uma movimentação real e justa, é que os demais servidores não estão aqui
contemplados no pacote, como não estão os odontólogos, Ver. Mario Manfro. Temos
um acordo, inclusive, para votar o Projeto na próxima quarta-feira, Ver.
Todeschini; nós queremos saber como vai ser desenvolvido esse outro programa em
relação ao plano de salários para a categoria de uma forma geral. Sabemos que
os trabalhadores da área da Saúde estão sobrecarregados, não é por acaso que as
Emergências, que as unidades de saúde e os prontos atendimentos estão lotados.
São cidadãos, cidadãs, Ver. Pujol, são os anjos da guarda, porque a gente chega
ali com o problema, e eles tentam devolver a vida ao cidadão através da sua
dedicação, do seu esforço e do seu empenho. De uma forma geral, acredito que
todos deveriam ganhar bem, muito bem, como é a demanda do Sindicato Médico, que
quer o piso nacional com um salário de sete mil reais.
Por essa razão, eu me pronuncio neste período de
Pauta, quando discutimos este Projeto, que será votado, com acordo, nesta
quarta-feira. Que o Governo se comprometa também com os demais trabalhadores,
mas que possa, através desse abono, proporcionar autoestima aos médicos que
estão no serviço público e que também estão procurando ter o seu consultório,
os serviços particulares, porque hoje o que eles recebem do serviço público é
muito pífio, é muito irrisório. É preciso valorizar quem estuda, quem tem uma
profissão, quem está ali no dia a dia e quer continuar nessa luta, salvando
vidas e contribuindo, é claro, com o cidadão. Esse serviço deveria ser público,
gratuito e de qualidade. Portanto, com certeza, estaremos na quarta-feira
discutindo o Projeto, mas sempre dizendo que o bom mesmo, Dr. Raul, seria
trazer esse abono para o conjunto dos trabalhadores da área da Saúde, o que é
mais do que justo, eles merecem. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir a
Pauta.
O SR. DR.
RAUL: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, todos os que nos assistem, também venho neste momento de Pauta
trazer a minha manifestação em relação ao Projeto que confere abono emergencial
aos médicos municipários e municipalizados da cidade de Porto Alegre. Essa é
uma atenção que está sendo dada aos médicos após muito tempo; nós estávamos sem
a mínima atenção, tanto que há dificuldade por parte da rede pública de
contratação de médicos, porque eles não estão querendo assumir. Eu diria que o
abono é um reconhecimento que já vem tarde, mas que é importante que aconteça.
Nós sabemos da burocracia pública; esse abono emergencial foi construído com
muitas mãos: com as minhas, com as do Dr. Thiago, aqui da Casa, e do Sindicato
Médico - vejo o Dr. Jorge aqui presente. Sabemos da batalha para tentar, pelo
menos, amenizar a situação dos colegas que hoje trabalham nas unidades do
Município, sejam municipários ou municipalizados.
Então, pelo que já colho das manifestações dos
colegas aqui, parece claro que não teremos problemas em relação à aprovação da
matéria. Acreditamos na unanimidade da Casa nesse sentido; é um reconhecimento
tardio, mas é importante que aconteça o mais breve possível, para que possamos
em seguida incorporar essa pequena parcela aos tão ruins salários que são pagos
aos médicos em Porto Alegre. Sabemos que as nossas lutas querem seguir em
caráter nacional, as quais devem ser muito maiores, por um piso
superior a sete mil reais para 20 horas. Nós estamos falando aqui de dois mil e
quinhentos, três mil reais, algo precário em relação às necessidades do
profissional médico. Porém, eu tenho certeza de que, pelo menos, esse passo a
Câmara vai dar, vai dar de forma única, num reconhecimento de que a Saúde
Pública da Cidade necessita ser valorizada. Não tenho dúvida de que outras
categorias também merecem esse tipo de valorização. Ao longo do tempo, passarão
por aqui Projetos nesse sentido, e nós seremos também parceiros junto ao
Município e junto às categorias para fazermos com que haja realmente um
reconhecimento maior, porque nós não temos, infelizmente, no nosso País,
priorização nacional para a Saúde. E fica muito difícil, com os recursos do
Município, bancarmos, da maneira que gostaríamos, um salário realmente digno
aos profissionais da Saúde.
Também digo a vocês
que está na hora de batermos o martelo na questão das UPAs nesta Cidade. Há
mais de dois anos tenho batalhado isso nesta Casa, e, agora, com a troca de
gestão, surgem outros problemas, querem tirar as UPAs dos locais onde já
estavam arraigadas, e seria só iniciar a obra. Enfim, eu acho que todos temos que
nos entender. Por exemplo, a primeira UPA está prevista para a Av. Baltazar de
Oliveira Garcia, para a região do Centro Vida, Região Norte e Nordeste, ela tem
que sair, tem que sair imediatamente.
O Sr. Paulinho Rubem Berta: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Quero lhe agradecer, Ver. Dr. Raul, o
aparte. A comunidade do eixo e entorno da Av. Baltazar de Oliveira Garcia
jamais vai aceitar que a UPA, que está sendo construída há muito tempo, com
muita luta, por várias mãos - Vossa Excelência tem tomado a frente disso -, não
seja construída no local destinado, que é o Centro Vida. Por quê? Se é para
botar fora do eixo da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, vamos ampliar o Hospital
Conceição e o Hospital Cristo Redentor, já que a distância é a mesma. Então, eu
quero dizer que a comunidade está se mobilizando e vai trabalhar para que a UPA
seja colocada no Centro Vida. Obrigado.
O SR. DR. RAUL: Agradeço o aparte.
Nós sabemos que estamos trabalhando na mesma linha, porque trabalhamos e
conhecemos aquela comunidade. O Ver. Paulinho, como morador e Presidente da
Associação, há tantos e tantos anos lá, e eu, como médico, amplamente
conhecedor, por muitos anos trabalhando no bairro Passo das Pedras, no bairro
Rubem Berta, na região, sabemos muito bem o que pensa a comunidade, então não
nos venham dizer qualquer coisa diferente disso, vamos deixar para lá as
bobagens, vamos realmente construir a nossa UPA.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos os oradores que me antecederam
focaram vários Projetos, mas se manifestaram mais fortemente a respeito do
Projeto de Lei do Executivo nº 026/10, que institui abono salarial aos
detentores de cargos efetivos de médico da Secretaria Municipal da Saúde, da
Administração Centralizada do Município, estendendo abono salarial aos médicos
municipalizados que desempenham suas atividades em órgãos dessa Secretaria e dá
outras providências.
O Ver. Nedel afirmou
que os problemas da Saúde são intermináveis. E eu acho que isso não pode
assustar ninguém, Ver. Todeschini, porque é interminável a nossa luta pela
preservação da vida, é interminável a nossa luta pela mitigação das dores, dos
sofrimentos, que é a essência do trabalho da medicina. Eu entendo o que o Ver.
Nedel quer dizer: à medida que nós realizamos uma tarefa especialmente na área
de Saúde Pública, outras necessidades começam a surgir. Mas essa é a marcha
natural, inexorável da vida humana, especialmente porque nós festejamos com
muita frequência o aumento da longevidade, cada vez maior. Agora, começamos não só a discutir e a trabalhar em função de
preservar a longevidade, mas a assegurar uma longevidade ativa, podendo as
pessoas atingir uma idade avançada sem ficarem com uma vida desqualificada,
ficando plenamente atuantes. Para isso é preciso que ocorram medidas de saúde
preventiva, medidas de saúde curativa e assistencial. Os menos favorecidos têm
muita dificuldade de acesso a essas medidas, que são frutos da tecnologia
moderna e, como tal, custam caro; nem todos podem, com recursos próprios,
enfrentar isso ou ter um plano de saúde que cubra esse tipo de despesa.
Por isso quero louvar
a participação do nosso colega, do Ver. Todeschini, que é um dos mais cáusticos
opositores que a Casa tem - duro, sempre severo nas suas críticas -, mas que
hoje inclusive deu uma demonstração de seriedade na vida pública: disse que
esse assunto foi objeto de ampla discussão, tendo inúmeras pessoas dela
participado, dando o seu tipo de contribuição, e que, sem perder de vista o
objetivo final, é um paliativo razoável e que, dentro das circunstâncias
atuais, é ensejado à classe médica convir com o Município de Porto Alegre. Faltou
dizer tão somente, Ver. Todeschini, que não raro a gente, na busca do ótimo,
perde o bom. Isso pode até não ser o bom, pode ser o regular, mas é uma
conquista, é um avanço, é um compromisso que o Prefeito Fortunati assume no
sentido de não esmorecer o trabalho que vem sendo realizado; que se continue
buscando a solução derradeira, que é efetivamente a conquista do Plano
Classificado de Cargos e Salários para a classe médica.
Por isso, Sr.
Presidente, faço coro com as demais manifestações. Sempre digo que, aqui na
Casa, sou representado pela minha Bancada de médicos, representado pelo meu
Líder, Ver. Dr. Raul, que está lá adiante. Os dois agem por mim, falam por mim,
tomam posição. Por isso cumprimento os dois, que foram partícipes muito
efetivos dessa jornada, cujo resultado podemos festejar. Adiantando mais ainda,
fui informado de que receberei hoje o Projeto para
ser Relator Conjunto...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Dr.
Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; quero, num primeiro momento, saudar o Ver.
Pujol, que sempre, com muito carinho, se dirige à pessoa deste principiante.
Muito obrigado, Ver. Pujol.
Quero dizer que as
lutas têm sido diárias, e o Ver. Dr. Raul colocou aqui uma questão que muito
nos preocupa, que é a da Unidade de Pronto Atendimento, as UPAs. Essa discussão
já foi feita com a Cidade, que já sabe dos quatro locais das primeiras quatro
UPAS: no Centro Vida, na Norte Eixo Baltazar, na Zona Sul... É importante
reiterar aqui a nossa posição de que é fundamental uma UPA no Hospital Parque
Belém. Isso potencializaria a ação daquele hospital, que já tem serviço de neurologia
e ortopedia e que, com algumas adequações no futuro, pode se tornar um Hospital
de Pronto-Socorro da Zona Sul. Então, é fundamental colocarmos uma das UPAs lá,
e a Cidade já decidiu isso. Não se pode, a cada troca de gestão local,
rediscutir tudo que já está discutido, que já está decidido pelas comunidades.
Quero dizer que essa
situação e essa posição nós voltamos a assumir aqui. Um sistema de saúde
correto é um sistema de saúde hierarquizado, em que não existe só PSF, em que
não existe só hospital. Ele tem de ter uma Unidade de Pronto Atendimento, de
atendimento de média complexidade para alta complexidade, para suportar a
demanda, porque, senão, vai acontecer isso que o Ver. Oliboni veio aqui se
queixar, de que um hospital, como o Conceição, que tem cinquenta vagas na
Emergência, hoje atende duzentos pacientes. Isso é desumano não só com os
pacientes, mas com os profissionais que atendem, porque depois ocorrem
situações de óbito, e aí nós não vamos ter pessoas para defender esses
profissionais. É importante que se diga isso também. Então, as Unidades de
Pronto Atendimento, as quatro citadas aqui pelo Ver. Dr. Raul, são
fundamentais. Duas delas já deveriam estar funcionando, e os quatro locais já
foram definidos, principalmente o do Centro Vida e o do Hospital Parque Belém.
Então, não tem que se discutir isso de novo.
A outra questão que
eu quero mencionar aqui - quero dar um forte e afetuoso abraço no Dr. Jorge
Eltz, que está representando o Sindicato Médico - é essa conquista de todos os
profissionais da Saúde, principalmente dos médicos; é um reconhecimento ao
trabalho dos médicos. E eu já dizia isto desde o início - com o Prefeito
Fogaça, que iniciou esse processo, e agora com o Fortunati: é fundamental a
gente fazer um carinho nos médicos. Esse abono não vai resolver, de forma
nenhuma, a situação; é claro que é preciso, efetivamente, discutir um plano de
carreira, cargos e salários, mas é fundamental que se possa distensionar,
mostrar a boa vontade da Prefeitura com a categoria médica, e isso inicia com
esse processo.
Então, que nós,
Jorge, possamos, com o Sindicato à frente desse processo - aqui deixo um forte
abraço ao Dr. Argollo, que foi incansável em todo esse processo -, nos guiar,
tanto nós aqui na nossa atividade parlamentar, defendendo esses legítimos
interesses, como todos os profissionais médicos que labutam em Porto Alegre. Eu
sempre digo a mesma coisa: o início da solução do problema de Saúde de Porto
Alegre começa pelos profissionais da Saúde, principalmente pelos médicos. É aí
que inicia a resolução dos problemas de Saúde de Porto Alegre. Os profissionais
não são o problema de Saúde pública em Porto Alegre, eles são o início da
solução. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Encerrada a discussão
da Pauta. Não há mais inscrições. Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 16h48min.)
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